Vereador candidato à reeleição é preso em operação contra esquema de venda de cirurgias bariátricas feitas pelo SUS no Paraná

Quadrilha é suspeita de lucrar mais de R$ 10 milhões com a venda das cirurgias e cobrar cerca de R$ 3 mil aos pacientes para furar a fila do SUS.

Polícia Civil do Paraná

Um vereador que é candidato à reeleição em Carlópolis, na região norte do Paraná, foi preso, na manhã desta quinta-feira (29), na segunda fase de uma operação contra uma quadrilha suspeita de envolvimento na venda de cirurgias bariátricas, realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em um hospital da Região Metropolitana de Curitiba.

Conforme as investigações, os suspeitos furavam a fila de espera pela cirurgia, com a ajuda de várias pessoas envolvidas, e lucraram mais de R$ 10 milhões com a venda dos procedimentos.

Além do vereador, uma mulher, que mora em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba, também foi presa. A função dela na quadrilha, segundo a delegada Aline Manzatto, era intermediar o contato com pacientes que tinham interesse pela cirurgia em Santa Catarina.

Os policiais cumpriram ainda cinco mandados de busca e apreensão em Carlópolis, Santo Antônio da Platina, Jacarezinho, na região norte.

Quadrilha lucrou R$ 10 milhões com o esquema

De acordo com as investigações, o vereador é suspeito de falsificar guias do SUS e de possibilitar encaminhamento de pacientes, principalmente de São Paulo, para fazerem cirurgias bariátricas no Hospital Angelina Caron, em Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba.

Todo o esquema era feito juntamente com médicos, que assinavam as guias, e técnicos de enfermagem que foram alvos da primeira fase da operação, segundo a Polícia Civil.

De acordo com a delegada que chefia a investigação, o vereador preso conseguiu guias verdadeiras das unidades básicas e, com endereços falsos, dava encaminhamento aos procedimentos indicando que os pacientes de São Paulo moravam em cidades do Paraná.

“Essas pessoas nunca passaram pela unidade e nunca moraram na região”, contou a delegada Aline Manzatto.

Como funcionava o esquema

Conforme as investigações, o grupo criminoso entrava em contato com pessoas interessadas pela cirurgia por meio de redes sociais ou indicações. Os pacientes, muitas vezes, estavam aguardando há anos na fila para serem operados pelo SUS e acabavam aceitando pagar até R$ 3 mil pelas cirurgias, que deveriam ser gratuitas, ainda conforme a Polícia Civil.

As investigações apontam ainda que a quadrilha conseguiria receber em duplicidade os valores pagos pelo SUS ao hospital pelas bariátricas.

Fonte: G1 Paraná

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