‘Culpados terão que aparecer’, diz Alcolumbre a Bolsonaro em reunião sobre apagão no Amapá

Presidente do Senado convidou presidente da República para visitar o estado. Irmão de Alcolumbre é candidato a prefeito de Macapá. Primeiro turno será no próximo dia 6.

Presidente Jair Bolsonaro e presidente do Senado, Davi Alcolumbre, em reunião no Palácio do Planalto nesta quinta-feira (19) — Foto: Palácio do Planalto/Divulgação

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), cobrou ações efetivas para socorrer as famílias atingidas pelo apagão em reunião nesta quinta-feira (19) com o presidente Jair Bolsonaro.

Alcolumbre foi taxativo na cobrança ao governo. “Culpados terão que aparecer. Responsáveis terão que ser punidos. Alguém deixou de fiscalizar, alguém falhou, alguém errou. Então, isso precisa ser tratado”, afirmou, de pé, já na saída do gabinete presidencial.

Mas, para presidente do Senado, a prioridade, agora, não é demissão, nem punição e sim “tirar o Amapá do racionamento, o mais rápido possível, e garantir auxílio emergencial à população mais pobre, que perdeu comida, por falta de energia, e está passando necessidade”.

Depois de um relato detalhado da situação, Alcolumbre fez o convite a Bolsonaro: “Vá ao Amapá ver de perto o que os amapaenses estão passando”.

Bolsonaro aceitou o convite. À noite, a Secretaria de Comunicação da Presidência da República informou que a viagem será no próximo sábado (21).

Nos bastidores, Alcolumbre tem dito que não é o momento para a demissão do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. “Pelo menos até que a situação seja resolvida no Amapá”, tem afirmado.

O movimento do presidente do Senado coincide com o impacto político do apagão na campanha do irmão do senador.O próprio Davi Alcolumbre vem dizendo que o “maior prejudicado” com o apagão é Josiel Alcolumbre, que liderava a corrida para a Prefeitura de Macapá, mas caiu nas pesquisas depois que começou o apagão.

A crise de energia levou a Justiça Eleitoral a adiar a eleição na capital do Amapá para os dias 6 (primeiro turno) e 20 (segundo turno, se houver) de dezembro .

A crise também vem desgastando o Ministro Bento Albuquerque, de Minas e Energia. Integrantes do Centrão aproveitam o momento para pressionar Bolsonaro a substituí-lo.

Alguns líderes reclamam que “está lenta” a resposta do ministério à crise. Mas o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros, nega qualquer problema com Albuquerque.

“Está tudo normal, transcorrendo com tranquilidade”, afirmou Barros, dizendo que o ministro participou da reunião ministerial desta quinta-feira e teve que sair antes a fim de embarcar para Macapá.

Segundo assessores militares, sempre houve pressão porque Minas e Energia é um ministério muito cobiçado, mas “Bento é imexível”. E há quem acrescente que não é um bom momento para Bolsonaro ter outro atrito com os militares.

“Não sei, mas ele [Bento Albuquerque] estava abatido hoje. Pura cachorrada, pois o problema lá é uma estatal que não recebe investimentos e que o governo do estado deve”, afirmou uma fonte militar do Planalto.

Fonte: G1

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