Reitores de universidades federais recusam volta às aulas em janeiro: “prioridade é salvar vidas”

UFAL informa que só irá se posicionar após reunião com a Andifes.

O reitor da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Josealdo Tonholo, disse que ficou surpreso com a portaria 1030/2020 do Ministério da Educação (MEC) que determina a volta às aulas presenciais nas instituições federais de ensino a partir de 4 de janeiro de 2021.

Em nota emita nesta quarta-feira, 2, a Ufal informou que o tema será discutido “nas instâncias acadêmicas e na gestão, bem como será levado à Andifes”. O reitor só se posicionará após este entendimento.

Em outras universidades federais, reitores já se posicionaram afirmando que não vão acatar a portaria publicada no “Diário Oficial da União”, cujo texto traz ainda a revogação  da permissão para que as atividades on-line contem como dias letivos, o que é autorizado até dezembro de 2020.

Os reitores defendem que o retorno presencial só deve ocorrer se a situação local da pandemia permitir, e se houver segurança para garantir que não haja aumento nas transmissões do coronavírus. “A Universidade de Brasília reitera que não colocará em risco a saúde de sua comunidade”, afirmou a instituição, em nota.

Vice-reitor da Universidade Federal do ABC (UFABC), Wagner Carvalho disse: “Acho que nós estamos vivendo claramente uma segunda onda. Não é possível a gente colocar em risco toda a nossa comunidade”.

Em nota, a União Nacional dos Estudantes (UNE), a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e a Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG) disseram que a portaria é uma “atitude irresponsável, equivocada e que atenta contra a vida do povo brasileiro.”

“A retomada de atividades presenciais significaria uma verdadeira migração de milhões de estudantes, que em grande parte se encontram em regiões e/ou municípios distantes de seu local de estudo. Somado à circulação cotidiana em ambientes fechados nos campi e prédios das universidades, os riscos de contaminação e proliferação do vírus são altíssimos”, afirmou o texto.

A volta às atividades presenciais colocará em circulação mais de 2,3 milhões de pessoas, entre alunos, professores e técnicos, segundo dados do próprio MEC.

Procurada pelo G1, a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) afirmou que só vai se posicionar após reunião com os reitores.

A portaria desta quarta diz respeito apenas às instituições federais de ensino.

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