Polícia apreende 33 cilindros de oxigênio que estavam sendo vendidos acima do preço em Manaus

Homem foi detido e vai responder por reter produtos para fim de especulação. Capital sofre colapso na Saúde por conta de falta de oxigênio nos hospitais.

Divulgação/SSP-AM

Oxigênio foi apreendido e distribuído em unidades de saúde de Manaus.

Policiais apreenderam um caminhão com 33 cilindros de oxigênio, na tarde desta quinta (14), na Zona Centro-Oeste de Manaus. Conforme a Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM), a empresa responsável estava em um ponto do bairro Alvorada, vendendo o produto acima do preço. Um homem foi detido pelo crime de especulação.

A capital está sofrendo um colapso no sistema de saúde por conta da falta de oxigênio dos hospitais. Desde quinta, pacientes internados com Covid passaram a ser transferidos para outros estados brasileiros.

De acordo com a SSP, um homem de 38 anos foi detido e vai responder por reter produtos para o fim de especulação, ou seja, para vender acima do preço, e ficará à disposição da Justiça. O G1 tenta contato com a empresa.

O secretário de Segurança, Coronel Louismar Bonates, esteve no local da denúncia e encontrou o caminhão, distante da empresa, com os cilindros que estavam sendo distribuídos “paulatinamente”, de forma escondida e aos poucos. Foram encontrados no caminhão 33 cilindros, dos quais 26 possuíam oxigênio.

A ação policial envolveu a Polícia Militar e a Polícia Civil do Amazonas. Conforme o delegado Bruno Fraga, diretor do Departamento de Polícia do Interior (DPI), durante o interrogatório o homem informou que possui uma empresa de comercialização de cilindros de oxigênio, porém ficou com medo que a população invadisse a estabelecimento, em busca do material, e decidiu tirá-lo do local.

Policiais civis fizeram a escolta do material para abastecimento em quatro unidades de saúde da rede estadual. Para o Hospital Beneficente Português, foram destinados 11 cilindros. Seis foram para a Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), seis para o SPA do São Raimundo e três para o SPA do Coroado.

Secretário de Segurança disse que produtos estavam sendo vendidos "paulatinamente", ou seja, aos poucos, distante da empresa responsável. — Foto: Divulgação/SSP-AMSecretário de Segurança disse que produtos estavam sendo vendidos “paulatinamente”, ou seja, aos poucos, distante da empresa responsável. — Foto: Divulgação/SSP-AM

 Crise do oxigênio

Manaus vive uma crise aguda neste mês — com falta de oxigênio e uma nova variante do coronavírus. A cidade já registrou 93 mil casos de Covid-19 e 3.892 mortes desde o começo da pandemia. A capital do Amazonas sofre um novo pico de internações por causa do coronavírus, após as festas de fim de ano.

Diversos veículos de imprensa confirmam a situação desesperadora em muitos dos hospitais da cidade. Os cilindros com esse gás são essenciais para manter e estabilizar os pacientes com covid-19 grave — além de pacientes com outras enfermidades. Sem esse insumo básico, muitos indivíduos hospitalizados vão acabar morrendo.

Em meio à dramática falta de gás oxigênio para tratamento de pessoas internadas com covid-19 em Manaus, a Secretaria de Saúde do Amazonas determinou nesta quinta-feira a requisição administrativa de “eventual estoque ou produção de oxigênio” de dezessete empresas, como montadoras e produtoras de eletrodomésticos localizadas no Polo Industrial de Manaus (PIM).

Para suprir tanto os hospitais públicos quanto os hospitais privados, as três empresas fornecedoras de oxigênio local — White Martins, Carbox e Nitron — precisavam entregar 76.500 metros cúbicos (m³) diariamente, diz o governo do Amazonas. No entanto, a capacidade de entrega das empresas tem sido somente de 28.200 m³/dia.

Para sanar o déficit de 48.300m³ diários, o Governo do Amazonas e o Ministério da Saúde estão realizando juntos a “Operação Oxigênio”.

“A logística da operação (para levar mais oxigênio a Manaus) prevê também rota terrestre com o insumo saindo de Fortaleza e indo até Belém, para chegar a Manaus por meio de aviões. Para atender com urgência as redes, o transporte terrestre e fluvial, que seria o procedimento mais comum, foi descartado”, informou a Secretaria de Saúde.

Fonte: G1 AM

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