As três crianças com idades entre 3 e 7 anos que foram encontradas sozinhas vivendo em meio a ratos e fezes em uma casa de Goiânia foram acolhidas por parentes que moram em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital. Segundo o conselheiro tutelar Paulo Wanderson, duas primas dos irmãos entraram em contato assim que ficaram sabendo da situação em que eles estavam vivendo.
“A gente verificou que as primas são humildes, mas têm total condições de cuidar deles. São pessoas que estavam realmente preocupadas com essas crianças”, conta.
Os pais estão presos por abandono de incapaz e negligência. Como eles não tiveram os nomes divulgados, o G1 não conseguiu identificar se eles apresentaram defesa.
Paulo Wanderson explica que, após avaliar as condições da família e da casa das primas, o Conselho Tutelar optou pela reintegração familiar, na quinta-feira (21). “Nós fizemos um trabalho conjunto para tirar essas crianças do acolhimento, porque criança tem que estar com a família”, afirma.
Segundo ele, uma tia e uma avó das crianças vão viajar do Tocantins para Goiás neste fim de semana para buscá-las. A menina de 3 anos e os irmãos de 4 e 7 anos de idade ficarão com os parentes até a Justiça decidir oficialmente como deve ficar a situação deles. O mais velho tem deficiência mental.
As crianças passaram por exames de corpo de delito na quinta-feira (21) e, segundo o conselheiro tutelar, os resultados mostraram que todas estão bem fisicamente.
Emoção
As crianças foram recepcionadas com uma festa pelos parentes de Aparecida de Goiânia, na noite de quinta-feira.
“Fizeram uma festinha para recepcionar as crianças, foi muito emocionante”, diz o conselheiro tutelar.
Paulo Wanderson conta que, apesar de ter encontrado as crianças em uma situação totalmente desumana, se sente grato por ter conseguido ajudá-las. “Foi uma entrega muito gratificante, ficamos muito emocionados e felizes pelas crianças”, afirma.
Ajuda
Apesar da boa vontade da família em acolher os três irmãos, os parentes não têm muitas condições financeiras e precisam de ajuda para começar essa nova fase.
“São pessoas humildes, mas que têm o interesse e a boa vontade de oferecer o melhor cuidado para essas crianças. Eles estão precisando de tudo, desde roupas, alimentos, fraldas para a criança especial”, explica o conselheiro tutelar.
Segundo Paulo Wanderson, a família precisa, também, de arrecadar um valor em dinheiro para ajudar na vinda da avó e da tia e no retorno delas com as crianças para o Tocantins.
