Diteal abre duas exposições virtuais nesta segunda-feira 19/04

Diteal abre exposições

Partitura Cromática, do Coletivo Sonata Têxtil, traz à tona obras de artistas produzidas a partir de suas inquietações durante a quarentena. Desaguar e Identidade, do projeto Ciclos Visuais, debate a imagem da mulher no universo artístico. Assim, a arte desabrocha, mais uma vez, de forma virtual, em duas exposições simultâneas, no site da Diretoria de Teatros do Estado de Alagoas: diteal.al.gov.br , a partir desta segunda-feira (19/04).

Como as atividades na galeria de artes do Complexo Cultural Teatro Deodoro, bem como os espetáculos nos Teatros Deodoro e de Arena Sérgio Cardoso, seguem suspensas, devido à pandemia da Covid-19, as visitas às mostras, instaladas no piso principal e no mezanino do Complexo, serão, inicialmente, feitas de forma online. Quando forem permitidas, as visitas presenciais serão retomadas com os protocolos sanitários necessários para a segurança de todos.

“É uma satisfação para a Diteal reunir diversos artistas em diferentes temáticas, levando a cultura como um respiro para a casa das pessoas, em um momento tão delicado como esse que estamos vivendo diante da pandemia. Parabenizo e agradeço aos parceiros envolvidos nas exposições. Aproveito para convidar o público a visitar as mostras online”, disse a diretora-presidente da Diteal, Sheila Maluf.

Com 30 obras, de pequeno, médio e grande porte, entrelaçando música e artes visuais, Partitura Cromática é representada pelos artistas visuais Ana Karina Luna, Ana Luiza Bargham, Cida Vieira, Daniel Cavalcante, Fátima Vieira, Flaviane Prado, Gabi Coêlho, Jackson Lima, Jennyh Gama, Kayo Queiroz, Layla Vilela, Lourani Correia, Lucilda Galvão, Magdália, Maria Albuquerque, Milla Pasan, Noeme Gomes, Raíssa Galvão, Rhuana Caldas, Synara Holanda, Tati Barros e Weber Bagetti.

Já a mostra Desaguar e Identidade reúne, como artistas convidadas Julyanne Sêmele, Marina Nemesio, Yasmin Falcão, Nayò e Amanda Prado, além de Geoneide Brandão, Oriana Perez e Júlia Dudu, que também assinam a produção artística, e Leonardo atuando na parte administrativa do projeto.

“Com as exposições “Partitura Cromática”, que conta com a sensibilidade de 22 artistas, e “Ciclo Visuais”, trazendo a arte de um coletivo feminino através de oito artistas que começam a se firmar no cenário local, a Diteal vem buscando alternativas para incentivar o fazer artístico local, em tempos tão adversos, reafirmando seu compromisso com a Galeria de Artes Visuais do Complexo Cultural Teatro Deodoro, que vem se fazendo como uma das mais atuantes em Alagoas”, pontuou o gerente artístico e cultural da Diteal, Alexandre Holanda.

Sobre Partitura Cromática:

Os curadores Alice Barros e Robertson Dorta lançaram um desafio aos artistas convidados para realizarem uma síntese visual de suas vivências no isolamento social. A partir desta convocação, surgiram obras, entrelaçando pintura, desenho, escultura, fotografia e instalações, e técnicas e suportes têxteis (bordado, costura, alinhavo, tecitura, colagem, textura, trama, papéis, papelões, materiais orgânicos e tecidos), tendo como inspiração, a letra e/ou a melodia de uma música, escolhida por eles.

As composições que inspiram as obras são: Beira Mar (José Ramalho Neto / Lula Cortes); Todo Homem ( Zeca Veloso e Moreno Veloso); A Cor do Desejo (Junior Almeida / Ricardo Guima); Rito de Passá (MC Tha); Sonata for cello and piano n°1, op.38 + Sinos tibetanos; Dois Corações (Rodrigo De Paula Pontes Melim / Gabriela De Paula Pontes Melim); O Seu Olhar (Arnaldo Antunes); O Sol (Vitor Kley); Comportamento Geral (Gonzaguinha); Como La Cigarra (Maria Elena Walsh); História de Uma Gata (Bardotti / Chico Buarque / Enriquez); Distance (Hippie Sabotage); Nem Um Dia (Djavan); Deus e Eu no Sertão (Victor Chaves); Oceano (Djavan); Noite Severina (Lula Queiroga / Pedro Luis); Mistério do Planeta (Moraes Moreira / Luis Galvão / Paulinho Boca de Cantor); Mulher do Fim do Mundo (Alice Coutinho / Rômulo Fróes); Sonho de Uma Flauta (Fernando Anitelli); Ave Maria Sertaneja (Julio Ricardo / O. De Oliveira) + Olha pro céu (José Fernandes / Luiz Gonzaga); Mistério WB (Weber Bagetti), e Árvore da Vida (Kayo Queiroz / Rhuana Caldas).

“À distância, os artistas se conectaram, ao permitirem essa grafia sonora-visual se propagar, se entregaram ao silêncio, à música interior, abriram trincheiras no peito, em busca de luz para ser cor, experimentaram as tecituras melódicas, alinhavadas por memórias afetivas. Comungaram um mesmo ritmo, a percussão cardíaca a reverberar saudades, lembranças, signos, tons, cores, linhas e formas em construção e desconstrução, ou seja, o parto de um filho desejado em meio à guerra, a arte sendo parida com um sorriso no olhar, a cura extravasada pelas entranhas”, observa a curadora, Alice Barros.

 

Sobre Desaguar e Identidade:

Com o objetivo de agregar, ressignificar e fomentar a cena das artes visuais feminina no estado, a idealização do projeto Ciclos Visuais, em sua primeira mostra, Desaguar e Identidade, parte de mãos com um espírito jovem latino-americano. Desde Oriana, de origem venezuelana, que expande o horizonte do projeto como imigrante, passando por Geoneide Brandão, militante LGBT+, originária do sertão alagoano, e Leonardo Acioli (Batata Boy), músico e produtor cultural maceioense.

O projeto Ciclos Visuais proporciona apoio, difunde e dá estrutura e materiais para as artistas produzirem na sala de dança do Complexo do Teatro Deodoro. Criando um ambiente focado na produção, monetização de pesquisas visuais e diálogos sobre técnicas, processos e experiências entre as artistas, fortalecendo, assim, o senso coletivo feminino artístico e cultural na cidade. Desse modo, no início de cada ciclo, houve reuniões para dialogar, questionar as diferenças, realidades em comum, e definir um tema para produção das obras.

O primeiro encontro ocorreu no dia 2 de novembro de 2020. Desde então, passou a acontecer semanalmente em parceria com a Diteal, que fornece o espaço. Na primeira amostra do projeto, Desaguar e Identidade, foi desenvolvida uma pesquisa com pintura óleo e acrílica, vislumbrando uma expansão em outras linguagens artísticas, como a fotografia, cerâmica, colagens e bordados. Ciclos Visuais busca diversificar e prestigiar os talentos da nova geração de artistas visuais, sempre trazendo mais participantes e, assim, dando continuidade à produção cíclica do projeto.

“No decorrer dos séculos, a imagem da mulher no meio artístico foi tida como um personagem secundário, objetificado e sexualizado. Nesse contexto, observa-se o surgimento de grupos como Guerrilla Girls, que denunciavam a falta de artistas mulheres expondo em grandes museus, refletindo sobre a importância da ressignificação e reafirmação da voz feminina como protagonista de qualquer etapa da produção e conceitualização do meio cultural por todo o mundo, o que implode na quebra de paradigmas, que vêm se tornando cada vez mais evidente a necessidade de desconstrução. Tendo isso em vista, Ciclos Visuais surge com o intuito de colocar o feminino como ser ativo na construção da sua imagem como criadora nas artes visuais”, observa o coletivo de Ciclos Visuais.

Serviço:

O quê: Exposições Partitura Cromática, do Coletivo Sonata Têxtil; Desaguar e Identidade, do projeto Ciclos Visuais

Quando: A partir de segunda-feira (19/04)

Onde: diteal.al.gov.br

Acesso gratuito.

Fonte: Ascom/Diteal

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