Enfermeira é suspeita de facilitar vacina da Covid-19 para a própria família

Segundo a Prefeitura, servidora imunizou irregularmente mãe, marido e irmão, todos com idades e profissões fora de grupos prioritários. Polícia Civil e Ministério Público (MP) investigam o caso.

Uma enfermeira de Batatais (SP) foi afastada por suspeita de aplicar irregularmente vacinas contra Covid-19 em familiares. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a servidora confessou que imunizou a mãe, o marido e o irmão, além de um jovem de 24 anos. O caso é investigado pela Polícia Civil.

A secretária de Saúde de Batatais, Bruna Toneti, afirma que a Prefeitura descobriu a irregularidade ao verificar o cadastro de vacinados em um sistema do governo de São Paulo. A mãe da enfermeira, que é a mais velha entre seus familiares, tem 61 anos. Hoje, a vacina é oferecida para quem tem 63.

“Era um paciente com a data de nascimento de 1997. Isso chamou atenção da responsável técnica, que comunicou a gestão e, de imediato, entramos em contato com a servidora para esclarecimento. Neste processo, identificamos que havia vacinação irregular”, diz Toneti.

O chefe de Atenção em Saúde da cidade, Rodrigo Tomazeli, afirma que o marido da enfermeira já havia recebido as duas doses do imunizante antes de a Prefeitura descobrir a irregularidade. O restante dos familiares, porém, receberam apenas a primeira dose e não concluirão a imunização antes da hora.

“As vacinas não foram tiradas de nenhum outro paciente. Alguns frascos vêm com 11 doses, então foram estas doses utilizadas”, diz. “Vamos esperar a investigação, com análise policial e jurídica, mas inicialmente a segunda dose não será oferecida a eles.”

Tomazeli explica ainda que a irregularidade não prejudicou a vacinação na cidade, já que a enfermeira usou sobras de frascos abertos, motivo pelo qual nenhum morador que faz parte dos grupos prioritários ficou sem o imunizante.

Investigação
A Polícia Civil de Batatais, que investiga o caso, diz que a enfermeira pode responder criminalmente por peculato, crime que se caracteriza quando um funcionário público aproveita o cargo para benefício próprio.

O Ministério Público (MP) também investiga o caso. O promotor de Justiça Rodrigo Padilha afirma que não existe no Código Penal artigos que penalizam o desvio de vacinas, mas afirma que a enfermeira pode ser enquadrada em outros crimes e perder o emprego.

“Não é admissível. Tem que respeitar a fila e o rol de prioridades. Por ser servidora pública, ela deveria dar o exemplo. Ela errou e vai responder por isso”, diz Padilha.

Fonte: G1

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