Moraes autoriza envio do celular de Salles para os EUA a fim de que a PF consiga ter acesso aos dados

Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, posa em frente a madeira apreendida, em 1º de abril, no Pará — Foto: Reprodução/Instagram

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, autorizou o envio do celular entregue à Polícia Federal pelo ex-ministro Ricardo Salles para os Estados Unidos.

A TV Globo apurou que a decisão de Moraes foi tomada na semana passada e que o objetivo é que o aparelho passe por uma perícia para que seja desbloqueado os investigadores consigam ter acesso aos dados.

O ex-ministro levou 19 dias para entregar o telefone às autoridades e, quando entregou, não repassou a senha de liberação do acesso.

Salles deixou o cargo nesta quarta-feira (23) pressionado por duas investigações que envolvem a sua suposta participação em esquema de madeira ilegal na Amazônia.

Em maio, Moraes autorizou a PF a fazer busca e apreensão contra Salles na operação Akuanduba, por suspeita de facilitação à exportação ilegal de madeira do Brasil para Estados Unidos e Europa.

Na época, agentes da PF afirmaram que os policiais pediram o celular, e o ministro disse que não estava com o aparelho. No mesmo dia, quando foi à Superintendência da PF pedir informações sobre o inquérito, Salles também não apresentou o celular.

O celular foi entregue em junho, mas sem a senha de acesso. Em documento enviado ao Supremo Tribunal Federal, os advogados de Salles alegaram que demoraram tanto para entregar o aparelho para a Polícia Federal porque isso não teria sido requisitado no dia da operação Akuanduba.

O celular do ministro é considerado peça-chave para a investigação. Se os peritos encontrarem sinais de que alguma informação foi apagada do celular, Salles também pode ser investigado por suspeita de destruição de provas.

Dados bancários

 

Outro ponto de preocupação para Salles é que os investigadores avançaram sobre as movimentações financeiras. Após as quebras de sigilos, as instituições financeiras começaram a repassar detalhes das operações realizadas pelo escritório de advocacia do ministro.

O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontou que o escritório realizou uma operação financeira suspeita de R$ 1,799 milhão após o ministro assumir a pasta do Meio Ambiente.

Essa transação financeira, de acordo com o órgão de combate à lavagem de dinheiro, teria ocorrido entre outubro de 2019 e abril de 2020.

Na comunicação, o Coaf afirmou que a movimentação destoa do perfil histórico de operações e que chamou atenção o volume expressivo movimentado.

Os dados das instituições vão permitir cruzamentos para confirmar se há ilegalidades.

Fonte: G1

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