“Durante toda a minha jornada, carrego a humanização em tudo que faço, e o que parece simples para muitos, é na verdade, um diferencial na vida de cada paciente”. Esse é o relato de Flávia Fernanda Fernandes, técnica de enfermagem do Hospital da Mulher (HM), em Maceió, que utiliza apenas gaze, esparadrapo, caneta e amor, com o propósito de criar sapatinhos para os pés dos pacientes acometidos pela Covid-19 e internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
De acordo com ela, esse gesto simples, mas, que humaniza a assistência, gera muitos benefícios para os pacientes que estão em tratamento da Covid-19. “O cuidado, o olhar, o toque humanizado proporciona conforto para os pacientes e familiares. Acredito que seja um cuidado terapêutico que ameniza a dor e o sofrimento e potencializa o tratamento”, ressalta Flávia Fernanda Fernandes, que está concluindo o curso superior de enfermagem.
O aquecimento dos pés, feito em forma de sapatinho, aumenta a temperatura das extremidades do corpo, contribuindo para a melhora dos sinais vitais, segundo explica a técnica de enfermagem. Isso porque, ainda de acordo com ela, através deste gesto simples, a circulação sanguínea do paciente é ativada.
E não é só isso, Flávia também finaliza o procedimento com uma mensagem escrita à mão. “A mensagem eu faço de acordo com cada paciente. Esse gesto é mais uma forma de o paciente sentir que não está só e também é um conforto para o familiar, que tem a certeza de que seu ente querido está sendo bem cuidado”, salienta a técnica de enfermagem.
O gesto simples de Flávia inspirou o Brasil, uma vez que profissionais de outros Estados passaram a confeccionar sapatinhos para pacientes internados nas UTIs Covid-19. Para ela, foi uma imensa alegria ter o seu trabalho compartilhado. “Eu fiquei muito feliz e orgulhosa do reconhecimento desse trabalho, pois várias outras pessoas vão poder se espelhar e proporcionar a humanização necessária ao paciente”, enfatiza.
