Polícia ouve funcionários que presenciaram queda de torres no Pará

Sete pessoas morreram em decorrência da queda de torres de transmissão de energia na sexta-feira, 16.

A Polícia Civil do Pará começou a ouvir testemunhas da tragédia ocorrida na tarde de sexta-feira (16) no município de Pacajá, sudoeste do Pará. Sete pessoas morreram em decorrência da queda de torres de transmissão de energia em um canteiro de obras nos fundos de uma fazenda no km 309 da BR-230, a Transamazônica.

Conforme apurou a reportagem, duas torres interligadas desabaram —as primeiras informações eram de que apenas uma torre tinha caído. Em cada uma das torres estariam pelo menos seis trabalhadores. Outros homens também trabalhavam na área e viram o acidente de perto.

O acidente deixou cinco mortos na hora, que ficaram presos às estruturas e mais de dez feridos. O primeiro atendimento às vítimas foi no Hospital Municipal de Pacajá, que teve de reforçar as equipes de saúde. Um dos trabalhadores que teve múltiplas fraturas morreu logo após dar entrada na unidade.

Quatro vítimas foram transferidas durante a noite para o Hospital Regional Público da Transamazônica, em Altamira, a 220 km de Pacajá. Um deles morreu dentro da ambulância durante o transporte, próximo a Belo Monte. Outro ferido foi levado para o Hospital Regional de Tucuruí.

As vítimas que morreram no acidente são: 

  • Luís Carlos Pereira, (MA)
  • Oziel da Silva Passos (SE), 27 anos
  • Expedito Bezerra dos Santos Filho (SE), 23 anos
  • Romário Santos (MA),
  • Fagne Martins da Silva (MA),
  • José Neponuceno Guimarães (morreu no Hospital de Pacajá), (PI)
  • Alex da Natividade Rodrigues (morreu a caminho do Hospital Regional da Transamazônica), (MA)

Projeto Novo Estado
O Ministério de Minas e Energia publicou nota neste sábado (17) lamentando as mortes ocasionadas pela queda de torre de transmissão de energia no Pará. Na nota, o Ministério informou que as vítimas eram funcionários da empresa Sigdo Koppers Ingeniería y Construcción (SKIC), contratada pela ENGIE para a implantação do Projeto Novo Estado, no município de Pacajá. Em 2019, a ENGIE assinou o contrato de aquisição do Projeto Novo Estado, que prevê a construção de mais de 1.800 km de linhas de transmissão no Pará e Tocantins, além de uma subestação e da expansão de outras três.

Segundo o Ministério de Minas e Energia, todas as atividades foram interrompidas e medidas de apoio aos acidentados e às famílias das vítimas estão sendo adotadas pela SKIC e acompanhadas pela companhia. As causas do acidente estão sendo apuradas.

Investigações
O delegado de Pacajá, Rafael Costa Buzar, acionou bombeiros e a perícia de Tucuruí, que foram ao local ainda durante a noite para fazer os primeiros levantamentos.

Logo após o acidente, o delegado deu início às apurações e ouviu funcionários que presenciaram a queda das torres. A principal linha de investigação é acidente de trabalho. Os responsáveis pela empresa também deverão ser intimados a prestar depoimento.

O delegado também solicitou uma perícia detalhada dos danos às estruturas para definir com precisão o que causou a queda.

Os trabalhadores mortos na tragédia não têm familiares em Pacajá. Eles são trabalhadores que vieram de outros estados para fazer a montagem das torres da linha de transmissão da energia de Belo Monte. A empresa deve ficar responsável pelo translado do corpos às cidades de origem.

Por meio de nota, a empresa SKIC Brasil informou que lamenta o acidente no Projeto Novo Estado, que causou a morte e ferimento dos colaboradores que trabalhavam no local. A empresa disse também que está fornecendo todo o apoio necessário às famílias das vítimas e assistência aos feridos.

As atividades no local foram suspensas, e a SKIC Brasil informou que está providenciando perícia técnica para apurar as causas do acidente. A empresa diz ainda que vai dar total apoio às autoridades na investigação do caso.

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