Defesa inaugura antena para ajudar a monitorar o desmatamento na Amazônia

Salles deixa um “legado sombrio”, com aumento do desmatamento, de queimadas e das emissões de gás carbônico e destruição da imagem do país do exterior. — Foto: GREENPEACE PHOTO/DANIEL BELTRA via BBC

O Ministério da Defesa inaugurou nesta quinta-feira (22) uma antena de recepção “multissatelital” que ajudará a monitorar o desmatamento na Amazônia e outros crimes ambientais quase que em tempo real.

O Brasil é cobrado internacionalmente a adotar medidas de proteção do meio ambiente. A cobrança já partiu de países como Estados Unidos, Alemanha e Noruega. Ainda no período eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro dizia que não nomearia no cargo de ministro do Meio Ambiente algum “xiita ambiental”.

A gestão de Ricardo Salles no Ministério do Meio Ambiente, de 2019 a junho de 2021, foi marcada por uma série de polêmicas. Ele já defendeu “passar a boiada” na área ambiental e entrou em atrito com o Instituo Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) quando o órgão divulgou dados de desmatamento.

O novo ministro do Meio Ambiente é Joaquim Alvaro Pereira Leite, que deu poucas declarações públicas desde a posse.

Como funciona

 

A antena de recepção “multissatelital” do Ministério da Defesa foi instalada no Campo de Instrução do Exército em Formosa (GO), a cerca de 90 km de Brasília (DF). O equipamento tem 17 metros de altura e 11,3 metros de diâmetro. Funcionará de maneira permanente.

A antena receberá em tempo real o sinal captado pelos satélites que estão na órbita brasileira. O equipamento transmitirá as imagens para uma equipe de analistas do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), órgão subordinado ao Ministério da Defesa.

Essa transmissão das imagens será feita em minutos, segundo o Ministério da Defesa. Com isso, a equipe do Censipam conseguirá alertar rapidamente os órgãos ambientais de ações de desmatamento e outros crimes ambientais identificados.

Segundo o diretor-geral do Censipam, Rafael Costa, as antenas atuais do centro demoram dias, até semanas para fazer a transmissão das imagens.

“Vantagem da antena é ter acesso as imagens enquanto o satélite está passando. Aquilo em minutos é disponibilizado para as equipes de análise. Os alertas de desmatamento podem ser identificados de forma mais rápida, e eles podem atuar mais rápido”, explicou Costa.

Custo

A antena inaugurada nesta quinta em Goiás é a primeira do tipo “multissatelital” do Censipram. O equipamento receberá imagens do Centro-Oeste, Sul, Nordeste, pedaço do mar territorial e pedaço da Amazônia.

Uma segunda antena “multissatelital” será instalada até novembro em Manaus (AM). Com isso, será possível cobrir o território nacional inteiro, segundo Costa.

A antena de Goiás custou US$ 5,8 milhões e a da Manaus custará US$ 3,9 milhões. Ambas são financiadas com recursos do Fundo Amazônia, gerido pelo BNDES.

O Censipam é um órgão criado pelo governo para facilitar e agilizar o controle de atividades ambientais ilegais. O centro tem uma função acessória.

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) continua sendo o principal responsável pelo monitoramento da Amazônia e divulgação dos dados de desmatamento. O INPE é vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações.

Fonte: G1

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