Vídeo divulgado pela polícia mostra conversa entre companheira da mãe e menino morto em Imbé

Segundo a Polícia Civil, imagens e conversas encontradas nos celulares apreendidos comprovam crimes que levaram à morte da criança. Bombeiros seguem buscas pelo corpo do menino. Mãe confessou que jogou a criança no rio. As duas estão presas.

Reprodução

Menino de 7 anos desapareceu na quarta-feira (28), em Imbé, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul

Um vídeo divulgado pela Polícia Civil mostra uma conversa entre a companheira da mãe e o menino de 7 anos que desapareceu na quarta-feira (28), em Imbé, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul. Na conversa, a mulher ameaça a criança e diz que, se ela fizer xixi, vai “esfregar na cara” e que o ato “vai ser bem tranquilo pra mim” (leia transcrição mais abaixo).

Segundo a polícia, provas colhidas durante a investigação apontam que o menino foi morto e jogado no Rio Tramandaí pela própria mãe, que já foi presa. De acordo com a polícia, as imagens e conversas encontradas no celular da companheira foram determinantes para a prisão dela e seriam uma comprovação da sua participação no crime.

No vídeo, é possível ver que o menino está dentro de um guarda-roupa. Segundo o delegado Antonio Carlos Ractz, a criança era mantida amarrada ali. Veja a transcrição da conversa abaixo.

Companheira da mãe: “Por que quando a tua mãe está aqui tu se joga? E dá com a tua cara no armário sendo que comigo agora eu abri e tu botou o teu pé direito pra sentar?”

Criança: “É porque com ela eu acho que daí ela me ajuda. Com ela eu tento me aparecer de todos os jeitos pra ela dizer: ‘não, vou deixar ele solto, porque olha, ele não consegue segurar o xixi e ele preso ele não consegue ir no banheiro sozinho, ele precisa avisar e ele não tá avisando, então eu vou deixar ele solto'”

Companheira da mãe: “Eu vou te cuidar. Se a tua mãe chegar e tu te mijar eu te desmonto a pau. Eu te desmonto, eu te desmonto, eu te desmonto e tu vai sair todo quebrado, se tu se mijar eu pego o teu mijo e esfrego na tua cara. Tu tá entendendo? E vai ser bem tranquilo pra mim.”

O corpo do menino ainda não foi encontrado. Os bombeiros realizam buscas desde a última sexta. A polícia não trabalha com a hipótese de a criança estar viva.

Em depoimento à polícia, a companheira da mulher negou participação no crime e disse que a mãe fez tudo sozinha.

A polícia também teve acesso a prints de conversas em aplicativo de mensagens entre a mãe e a companheira, e entre a companheira e a irmã dela.

Em uma das conversas, elas mencionam uma pessoa chamada Lorenzo. A companheira disse à polícia se tratar do amigo imaginário da criança.

Conversa entre a madrasta e a mãe do menino morto em Imbé — Foto: Divulgação / Polícia Civil

Conversa entre a madrasta e a mãe do menino morto em Imbé — Foto: Divulgação / Polícia Civil

Em outro trecho, as duas falam sobre a compra de uma corrente. Segundo o delegado Ractz, seria usada para acorrentar o menino com o objetivo de evitar fugas.

A mulher também conversa com a irmã, que ela chama de ‘feia’, e fala sobre o relacionamento com o filho da companheira.

Conversa mostra mulheres escolhendo corrente para prender menino — Foto: Divulgação / Polícia Civil

Conversa mostra mulheres escolhendo corrente para prender menino — Foto: Divulgação / Polícia Civil

Conversa entre a companheira da mãe e a irmã sobre a criança  — Foto: Divulgação / Polícia Civil

Conversa entre a companheira da mãe e a irmã sobre a criança — Foto: Divulgação / Polícia Civil

Relembre o caso

Yasmin Vaz dos Santos Rodrigues, de 26 anos, foi presa na última sexta-feira (30) após confessar o crime. Ela é suspeita de ter dado remédios para o filho, colocado o corpo em uma mala e jogado no rio Tramandaí, no Litoral Norte do RS.

De acordo com a polícia, Yasmin foi à delegacia na quinta-feira (29) para registrar o suposto desaparecimento do filho. Depois, ela confessou ter jogado o corpo no rio.

Segundo o delegado, ela informou que na noite do crime, quarta-feira (28), administrou medicamentos para a criança, e não tendo convicção de que estava morta, decidiu ocultar o corpo.

“Para fugir, com medo da polícia, saiu de casa, pegando ruas de dentro, não as avenidas principais, levou a criança dentro de uma mala na beira do rio, e jogou o corpo”, afirma o delegado.

O delegado disse que a criança vivia sob intensa tortura física e psicológica.

“O que já está claro e nós vamos confirmar durante as investigações é que a criança vivia sobre intensa tortura física e psicológica. Era desnutrida, embora tivesse matriculada na escola, não tinha amigos, não frequentava lugar algum, era trancada em um cômodo da casa, posta de castigo, trancada amarrada dentro de um roupeiro”, descreve.

Miguel foi morto pela mãe e teve corpo atirado no Rio Tramandaí, em Imbé, segundo a polícia — Foto: Reprodução/RBS TVMiguel foi morto pela mãe e teve corpo atirado no Rio Tramandaí, em Imbé, segundo a polícia — Foto: Reprodução/RBS TV
Fonte: G1 RS

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