Deputado que mandou matar Ceci Cunha deixa sistema prisional

Talvane Albuquerque foi condenado inicialmente a 103 anos e 4 meses de prisão pela morte de quatro pessoas.

ReproduçãoMédico e ex-deputado Talvane Albuquerque diz conhecer Chapéu de Couro

Arquivo Alagoas24Horas – Médico e ex-deputado Talvane Albuquerque

O ex-deputado federal Pedro Talvane Luis Gama de Albuquerque Neto deixou o sistema prisional nesta segunda-feira, 25, após conseguir progressão de pena, concedida pelos juízes da 16ª Vara Criminal da Capital.  A informação foi confirmada nesta tarde pela Secretaria de Ressocialização e Inclusão Social (Seris) e Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL).

Segundo informações do TJ/AL, para o cumprimento da pena em regime semiaberto, o réu será fiscalizado por meio de monitoramento eletrônico, com raio de abrangência zero. O réu deve comparecer, mensalmente, perante a Justiça, para informar e justificar suas atividades.

Se o reeducando quiser trabalhar deverá solicitar autorização à Justiça. O réu também fica proibido de frequentar bares, boates, botequins, prostíbulos ou casas de reputação duvidosa, não pode praticar nenhum crime doloso, nem se ausentar da cidade sem prévia autorização da Justiça. Ele também está proibido de frequentar as dependências de quaisquer unidades do sistema prisional deste Estado, salvo com autorização judicial, e não poderá mudar de endereço, sem prévia comunicação.

No dia 22 de novembro deste ano ele deverá comparecer, às 9h45, na 16ª Vara Criminal da Capital, à audiência admonitória sob pena de regressão de regime prisional para o fechado.

Ele foi preso em abril de 1999, logo após ter sido cassado pela Câmara dos Deputados mas somente foi julgado e condenado em 2012 pelo Tribunal do Júri da Justiça Federal de Alagoas acusado de ter mandado assassinar a deputada federal Ceci Cunha e mais três familiares, na mesma noite em que ela foi diplomada deputada federal, em 1998. O crime ficou conhecido como “Chacina da Gruta”, em referência ao bairro onde residia.

O júri entendeu que o crime fora planejado porque o médido Talvane Albuquerque não se conformava em não ter sido eleito e acabou como primeiro suplente de deputado. Com a morte de Ceci, Albuquerque poderia obter o cargo.

Em 2014, a defesa dele tentou um novo habeas corpus junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), mas teve o pedido negado. No entanto, em maio deste ano, Albuquerque conseguiu redução da pena inicial de 103 anos e 4 meses de prisão. A Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), determinou que a pena caísse para 92 anos, nove meses e 27 dias.

Chacina da Gruta

A deputada Ceci Cunha, seu marido, Juvenal Cunha da Silva; o cunhado Iran Carlos Maranhão Pureza; e a mãe de Iran, Ítala Neyde Maranhão foram assassinados a tiros naquele 16 de novembro de 1998. As vítimas preparavam a comemoração da diplomação na casa de Iran, quando ocorreu o crime. 

Segundo as investigações, o primeiro alvo seria o deputado federal Augusto Farias, mas este teria tomado conhecimento do plano e frustrou a ação dos criminosos. A promotoria defendeu à época que a deputada Ceci Cunha, era uma espécie de plano B.

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