Influencer cobra suporte da Polícia e investigação de estupro

Instagram/Eduarda Martins

A influencer digital, Eduarda Martins, acompanhada da advogada Júlia Nunes, da Associação AME, utilizou, nessa segunda-feira, 03, as redes sociais para cobrar das autoridades policiais celeridade nas investigações sobre o abuso sexual que sofreu na semana passada, cujo autor foi um turista de Brasília. 

Em uma live de aproximadamente 19 minutos, elas contaram toda a dinâmica do crime e questionaram a atuação da polícia no caso. “Hoje, quatro dias após o ocorrido, até agora nada foi feito, não recebemos nehuma uma reposta das autoridades mesmo tendo feito todos os procedimentos legais possíveis. No Réveillon, ele estava pulando, se divertindo. Quantas outras mulheres podem ter sido vítimas deste mesmo agressor?. Ele vai embora de Alagoas. Como vamos identificá-lo totalmente, saber onde ele mora?”, questiona a advogada.

A influencer disse que tinha conhecido o rapaz pelas redes sociais e tinha marcado em um local público, em um bar na Orla de Ponta Verde, para conhecê-lo pessoalmente. “Ela marcou em um local bem frequentado, renomado e que ela se sentia segura. Além disso, era de dia e era algo passageiro, tanto que ela tinha marcado de treinar com um amigo às 17h”, disse a advogada Júlia Nunes.

Na sequência, a vítima relata que chegou ao local por volta das 2h35, o conheceu e ingeriu apenas três copos de gin com energético. Depois disso, não se lembra como saiu do local e foi parar no sofá do agressor. “Por volta das 3h30, eu não tenho mais recordação do que tinha acontecido comigo. Nem de onde eu estava, nem o que aconteceu comigo, como fui parar na casa dele e se tinha feito algo comigo. Meu amigo, que tinha marcado de treinar, passou a mandar mensagens e ficou preocupado ao perceber que eu não estava respondendo. A partir daí, meu telefone já estava desligado. Foram só três copos com menos de dois dedos de dose de gim, não tinha como perder a consciência por 12 horas”, contou à vítima.

Na madrugada, Eduarda Martins acordou na casa do agressor, constrangida, e procurando por seus pertences pessoais. “Ele disse que tinha deixado no táxi  e eu dizia que era meu instrumento de trabalho. Ele afirmava que bens materiais a gente recupera. Ele foi comigo até o bar para ver se tinha ficado lá, mas não tinha e me deixou em casa. Em casa, apaguei de cansada. Ao acordar, fui ao meu computador, entrei na ferramenta buscar do Iphone, que fez o rastreamento e bateu que estava no apartamento dele na Jatiúca. Foi a partir disto, que falei com a polícia, lá na Delegacia da Mulher, mas a única medida que tomaram foi ligar para a portaria do condomínio. Com a localidade do apartamento do rapaz, foi dito apenas que era um boletim de ocorrência. Mandaram da delegacia, uma mensagem via Whatsapp, para o celular do agressor e depois desta  mensagem, por incrível que pareça, ele entrou em contato com uma amiga para devolver os pertences”, relatou.

Denúncia

Ainda na Delegacia da Mulher, a vítima contou ainda que chegou a informar ao escrivão que acordou sem calcinha, com hematomas no seio e cabeça e ferimentos nas partes íntimas, mas as informações entraram no Boletim de Ocorrência como ‘fatos atípicos’ e não como estupro de vulnerável. “Na Delegacia da Mulher, o escrivão perguntou se ele tinha me ameaçado com uma faca ou uma arma de fogo na cara porque só isso pode ser considerada uma forma de estupro.  Se não tivesse uma arma e uma faca na cara me ameaçando pra fazer alguma coisa com ele, isso não seria abuso sexual. Foi o escrivão, inclusive foi um homem que disse.  Ele colocou fatos atípicos no meu BO, não foi nem abuso sexual. Só que eu estava toda machucada. Também estava machucada mentalmente tanto que as pessoas falavam comigo e eu estava muito aérea, não estava no meu estado normal”, narrou.

Ao sair da delegacia, Eduarda Martins, por conta própria, foi ao Hospital da Mulher para ser submetidas a exames.  “Tomei coquetéis de remédios, várias injeções e estou tomando outros remédios. Não foi só o meu corpo violado, foi minha dignidade, sanidade mental, saúde espiritual e física. Eu não sei se este homem usou uma camisinha ou não. Imagine se este cara tiver doenças ou se engravido, o que é que acontece?”.

Durante a bateria de exames, a vítima foi orientada por uma autoridade que estava na unidade hospitalar a procurar a Operação Policial Litorânea Integrada (Oplit) para conseguir recuperar seus pertences pessoais. “Somente horas depois, de fazer inclusive todo o tratamento, foi orientada a procurar a Oplit para ir ao local onde estavam seus pertences. E aí o flagrante não é so na hora do ocorrido não, momentos depois ainda é flagrante. A partir do momento em que ele ainda está com os pertences dela, escondendo os pertences ainda é flagrante. Ele é tão inteligente que não autorizou a subida da polícia porque não tinha mandado e a polícia não subiu na casa ele. Foi aí que ele entrou em contato com a amiga e devolveu os pertences”, explicou a advogada Júlia Nunes.

Ainda na live, Eduarda Martins relata que tentou se defender e o agressor relata arranhões pelo corpo. “Ele disse que o arranhei. Imagina, se uma pessoa está em cima de você. Tentei me defender, apesar de dopada”.

Comentários 

A advogada informou ainda que os defensores da cultura de estupro, acusado a vítima de facilitar os abusos, serão processados. “Eu pedi para Eduarda para parar de ler os comentários. Muitos meios de comunicação pegaram os stories da Eduarda e fizeram matérias. Não temos nada contra as matérias, mas sim contra os comentários maldosos. Criminoso Também é aquela pessoa que apóia este tipo de gente e vai ser processado também. Hoje estaremos fazendo todos os boletins de ocorrência contra os responsáveis pelos comentários”, disse Júlia Nunes.

 

 

POLÍCIA CIVIL

Nesta tarde, o delegado-geral de Polícia Civil, Carlos Reis, informou que a delegada Maria Angelita foi designada como delegada especial para investigar o caso de abuso sexual, em um apartamento no bairro da Jatiuca.

 

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