Guarda é preso por suspeita de tentar matar jovem asfixiada com um cabo USB no trabalho

Caso ocorreu em Peruíbe (SP). Segundo a Polícia Civil, o guarda civil municipal usou o cabo para tentar asfixiar a vítima, no momento em que ela estava trabalhando.

Segundo a polícia, suspeito usou um cabo USB para tentar enforcar a vítima em Peruíbe, SP — Foto: Divulgação

Um guarda civil municipal de 42 anos foi preso por suspeita de tentar matar uma jovem, de 27, no ambiente de trabalho em Peruíbe, no litoral de São Paulo. Segundo informações obtidas com a Polícia Civil nesta sexta-feira (14), o GCM e a vítima trabalham no mesmo prédio, mas em setores diferentes. Ele teria usado um cabo USB para tentar asfixiá-la.

A defesa do suspeito afirma que ele vinha sendo vítima de assédio sexual por parte da vítima, e que agiu em um momento de descontrole. A jovem nega, e relata que ela e o guarda nunca mantiveram contato e nem eram próximos.

Em entrevista ao g1, a vítima, que prefere não se identificar, afirma que, por volta das 11h de terça-feira (11), realizava o atendimento de um contribuinte, e quando foi chamar o próximo, viu um vulto atrás dela.

“Ele passou por trás de mim, veio com o fio e já me asfixiou. Eu me debati, gritei, e um funcionário me ajudou a cessar a agressão. Eu corri para o fundo e aguardei chegar a PM e os guardas municipais. Nunca tive contato com esse cara, nunca conversei com ele, sabia da existência dele no prédio, mas nunca tive diálogo algum com ele”, conta.
A vítima afirma que, após a agressão, está afastada do trabalho, porque ficou muito abalada. “Eu estou bem abalada, está difícil para dormir. É um trauma que realmente fica. A cena vem toda hora na minha cabeça, não foi algo simples que aconteceu”, afirma.

O diretor da unidade afirmou à polícia que interviu no momento em que o guarda a atacou, e que teve que usar bastante força para cessar a agressão por parte do GCM. Ele também relatou às autoridades que, mesmo quando a vítima caiu no chão, o guarda ficou de joelhos em cima dela, com o fio envolto em seu pescoço.

Outra testemunha, um homem que estava trabalhando ao lado, relatou à polícia que o GCM entrou na sala em que eles estavam, pegou um cabo USB e a enforcou com o objeto, também a derrubando da cadeira. O funcionário reforçou, também, que o diretor da unidade conteve a ação, enquanto ele e outros funcionários acionavam a Polícia Militar e a Guarda Municipal.

Defesa
Ao g1, o advogado Rodrigo Vieira, que representa o GCM, afirmou que o cliente vinha sendo vítima de assédio. “Ele vinha sendo perseguido, vítima de assédio sexual por parte da vítima, que vinha fazendo investidas. E acabou, em um momento de descontrole, acontecendo o que aconteceu. Mas ele não tem nenhum antecedente criminal, nunca respondeu nenhum processo. É um rapaz que tem uma reputação limpa”, afirma.

O defensor afirma, também, que entende que o Judiciário não tem requisitos para manter o guarda preso. “Ele tem endereço fixo, é funcionário público, não tem antecedente criminal, então, não deveria seguir preso. Não foi um crime premeditado e calculado. Foi uma situação de descontrole, por conta de ele estar sendo vítima de perseguição e assédio. Mas não é um criminoso, quanto mais um assassino frio, muito pelo contrário”, alega.

Investigação
O GCM segue preso após ter a prisão em flagrante convertida em preventiva. O caso foi registrado na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Peruíbe, onde segue sendo investigado pela Polícia Civil.

Em entrevista à TV Tribuna, afiliada da Rede Globo, o delegado da especializada, Arilson Brandão, explicou que o suspeito será indiciado por tentativa de homicídio qualificado, com agravante de tentativa de feminicídio.

“A motivação se deu no entorno de uma discussão, de um suposto assédio sexual, em que a vítima teria empreendido contra o guarda municipal. Ocorre que essa motivação não guarda nenhum substrato dentro da investigação. Em momento algum a vítima assediou, pelo que foi apurado até então, o autor. E mesmo se ela tivesse, de alguma forma, feito isso, não justificaria tamanha violência”, diz a autoridade policial.

Prefeitura
Em nota, a Secretaria Municipal de Defesa Social confirmou que, nesta terça-feira, por volta das 13h, um servidor da Guarda Civil Municipal que prestava serviços administrativos no Serviço de Trânsito, por motivos desconhecidos, agrediu fisicamente uma servidora do Detran em seu local de trabalho.

Acompanhada pela Corregedoria da GCM, uma equipe da guarda conduziu o agressor para a Delegacia Sede de Peruíbe, apresentando-o ao delegado de plantão. Foi elaborado o boletim de ocorrência de tentativa de homicídio, e o servidor ficou à disposição do delegado. O processo permanece em segredo de Justiça.

Fonte: G1

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