Fiscalização identifica oito áreas de risco elevado nos Cânions de Alagoas

CPRM

Furna do Morcego, Delmiro Gouveia

O Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM), ligado ao Ministério de Minas e Energia (MME), divulgou nesta segunda-feira, 18, o resultado da avaliação geotécnica dos Cânions de Xingó nos estados de Alagoas, Sergipe e Bahia.

Durante as análises na região, os pesquisadores avaliaram 19 pontos. Destes, 13 foram classificados como de perigo alto, três de perigo moderado e três de perigo baixo.

Em Alagoas, oito áreas foram consideradas de perigo elevado para movimentação gravitacional de massa. São elas: Pedra do Gavião (Piranhas), Talhado Leste (Olho D’Água do Casado), Talhado Oeste (Delmiro Gouveia), Gruta do Talhado (Delmiro Gouveia), Imagem de São Francisco (Delmiro Gouveia),  Furna do Morcego (Delmiro Gouveia), e duas áreas no Vale do Sal (Delmiro Gouveia).

Segundo o relatório, em alguns destes locais, o intenso fraturamento torna suscetível ao processo de queda, rolamento de blocos e tombamento de rocha. Com isso, os locais foram classificados como de perigo alto para movimentos gravitacionais de massa.

Além destes, duas áreas, situadas em Delmiro Gouveia e Olho D’Água do Casado, foram avaliadas com risco moderado e outras duas, também em Delmiro Gouveia e Olho D’Água do Casado, como risco baixo.

O CPRM explica que a avaliaçãofoi motivada pelo evento ocorrido no lago da Represa de Furnas, na região do município de Capitólio, em Minas Gerais, no mês de janeiro. A semelhança entre os cenários, de ambas atrações turísticas, serviu de alerta aos responsáveis pela administração das áreas turísticas na região do Cânion do Xingó, de que algo semelhante pudesse ocorrer. Chegaram, então, à conclusão de que era necessário realizar uma vistoria preventiva com o intuito de fomentar o aumento da segurança dos visitantes e demais frequentadores.

Segundo os pesquisadores em geociências do SGB-CPRM, devido a sua vastidão e sua complexidade geológica, existem variadas conformações de terreno nos Cânions. Todavia, em geral, as margens do Lago de Xingó são suscetíveis a movimentos gravitacionais de massa em praticamente toda sua extensão. Seus paredões, nos trechos de maior amplitude, podem chegar aos 80 metros de altura, o equivalente a um prédio de 25 andares e suas inclinações chegam a ser negativas, literalmente formando tetos sobre as águas do lago.

“Suas amplitudes e declividades, ultrapassam consideravelmente e frequentemente, os parâmetros mais conservadores, requeridos nas normas em vigor. O padrão de fraturamento, bem como a frequência das fraturas no maciço rochoso, contribuem para as condições de erodibilidade e consequentemente, sua oferta de material rochoso suscetível a instabilidades. Além de sua vulnerabilidade natural, foi constatado em alguns dos pontos visitados, a existência de infraestruturas permanentes e móveis, onde ocorre a permanência de turistas e moradores da região, de forma frequente. Essas estruturas usadas durante as visitações, estão localizadas principalmente junto aos paredões do cânion, a distâncias menores que a própria altura dos paredões. Diante destes fatos, deve se afirmar, que existe a possibilidade de ocorrer acidentes movimentos gravitacionais de massa (deslizamentos, queda e rolamento de blocos, desplacamentos, tombamentos) a processos e hídricos de alta energia”, diz trecho do relatório.

Ainda no relatório, os pesquisadores sugerem que os gestores públicos adotem medidas para resguardar a segurança de quem frequenta os locais, realizando ações educativas e de monitoramento e fiscalização. Além de limitação de acesso em algumas áreas e desenvolvimento de estudos geotécnicos e hidrológicos.

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