Wallace de Sousa Eduardo, 34 anos (foto em destaque), foi preso, na manhã desta segunda-feira (23), na casa da mãe, no M Norte, em Taguatinga, pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). Ele é acusado de matar a namorada, Marina Paz Katriny, 29.
Ele confessou que acertou a cabeça da pedagoga com uma pedra de 2kg, antes de atear fogo ao corpo da vítima. O crime ocorreu entre às 0h de domingo (15) e às 1h de segunda (16), mas o corpo da mulher somente foi encontrado na quarta-feira (18), no Km 5 da BR-70, na entrada da Chácara Goiás, em Taguatinga. O acusado também admitiu ser usuário de maconha e cocaína.
“O feminicídio tem nuances de premeditação. Ele vinha ameaçando a vítima, segundo depoimento das amigas. O galão de gasolina estava no carro dele. Ele disse que voltou para pegar a gasolina para ‘ter certeza que estava morta’ porque ela poderia denunciá-lo”, afirmou o delegado da 17ª Delegacia de Polícia (Taguatinga).
Segundo o depoimento do agressor, ele parou o carro próximo ao local do crime depois que a vítima pediu para urinar. Marina teria xingado e humilhado Eduardo na volta para o carro, e ele pegou uma pedra de 2kg e a atingiu na cabeça. Em seguida, amarrou as mãos, a boca e a cabeça da vítima e a arrastou para a área de Cerrado.
Ele, então, foi a um posto de combustíveis nas proximidades e comprou cerca de R$ 20 de gasolina para atear fogo ao corpo da pedagoga. Ele fugiu do local com o celular dela.
Além do mandado de prisão temporária, a PCDF cumpriu outros dois de busca e apreensão. Os policiais recolheram dois carros na residência onde ocorreu a prisão de Eduardo. Um deles teria sido o veículo usado no crime. Antes de sair com Marina, o suspeito teria deixado a mãe em casa e trocado de veículo. Apesar do relacionamento conturbado, ele dormiria na casa da companheira.
Segundo a PCDF, o agressor faltou ao trabalho no sábado e no domingo. Ele era funcionário de uma hamburgueria, em Samambaia. E também se passou por ela, quando conversou com uma amiga, pelo celular da vítima, na última segunda (16/5). Na quarta-feira (18/5), chegou a negar, do próprio aparelho, que sabia do crime para outra amiga de Marina.
A audiência de custódia de Eduardo deve ocorrer nesta terça (24/5).
Segundo a PCDF, o corpo da mulher apresentava uma lesão na testa e outros dois ferimentos na cabeça, provocados por disparo por arma de fogo. Os detalhes serão comprovados em laudo do Instituto Médico Legal (IML). Tatuagens ajudaram a identificá-la, pois o corpo encontrava-se parcialmente carbonizado.
Marina nasceu em Rio Branco, no Acre. Ao Metrópoles a administradora Rosimeire Paz, 38, irmã da vítima, contou que Marina morava em Brasília havia seis anos. Formada em pedagogia e pós-graduada em educação especial, a caçula de cinco filhas chegou a trabalhar como professora na capital acreana, onde vivia com a família. “Em 2016, ela mudou-se para Brasília após se separar [do marido], mas não conseguiu trabalhar na área dela”, conta Rosimeire.
Quando chegou à capital federal, Marina teve apoio de uma tia e de uma irmã — ela chegou a morar um tempo com essa tia. Tempos depois, conseguiu um apartamento para ela. Atualmente, vivia sozinha e trabalhava como caixa em uma loja de departamento, no Taguatinga Shopping.
De acordo com Rosimeire, a irmã “sempre foi uma menina tranquila, mas teve relacionamentos conturbados”.
O sepultamento de Marina ocorreu na manhã desse domingo (22/5) no Cemitério São João Batista, em Rio Branco.