Anestesista que discutiu com acompanhante: “Legítima defesa”

Briga aconteceu na sexta-feira (22) no Hospital de Base. Acompanhante alegou que médico também teria gritado com equipe de enfermagem

Distrito Federal – O anestesista Rafael Derré Torres, 45 anos, afirmou que agiu em legítima defesa ao discutir com um acompanhante no Hospital de Base do Distrito Federal na sexta-feira passada (22/7). Em vídeo obtido pelo Metrópoles, o médico é flagrado em um bate-boca na sala de recuperação do centro cirúrgico da unidade de saúde, tendo uma paciente entre os envolvidos.

“Graças a Deus, foi mostrado o vídeo na íntegra, comprovando que o acompanhante me agrediu e agi em legítima defesa, no estrito cumprimento do meu dever”, destacou o anestesista (leia abaixo a nota completa).

Rafael negou que tenha se recusado a ir até a ala de recuperação para dar alta à paciente. Ele afirma que atendia um caso grave na sala de cirurgia, antes de voltar para a recuperação e dar alta aos pacientes estáveis.

Em nota ao Metrópoles, o médico contou que, ao chegar à sala de recuperação, advertiu um técnico de enfermagem que manipulava um filtro de intubação de “forma inadequada”. “Para minha surpresa, o técnico de enfermagem jogou a mangueira em cima do paciente, dizendo: ‘Coloca você’”. Depois disso, Rafael retrucou o profissional, e a discussão começou.

“Neste momento, o acompanhante de outra paciente começou a gritar perguntando quem era o médico que daria a alta da mãe dele. Quando respondi que era eu, ele falou que eu não teria ‘dado boa noite’ e que teria recusado atender a sua mãe. Fiquei em silêncio e me dirigi a ela com todo o cuidado que uma pessoa idosa deve receber. Enquanto eu completava a ficha de alta, o acompanhante novamente me agrediu verbalmente”, lembrou.

Rafael conta que se sentiu obrigado a sair de perto da paciente para preservá-la da discussão. O médico ainda revelou que preferiu um “melhor campo de visão” do acompanhante para certificar-se de que o homem não estava armado.

Entenda o caso

O episódio aconteceu na última sexta-feira (22/7) e foi revelado pelo Metrópoles nessa segunda (25/7). O acompanhante Lúcio Flávio de Oliveira, 34 anos, contou que a discussão teve início por volta das 2h, quando o anestesista chegou à ala em que o vigilante estava com a mãe.

“Ele entrou e começou a brigar e gritar com o enfermeiro que era da equipe dele. Falava que o rapaz era incompetente. Eu dei um grito e pedi para que parasse, pois minha mãe precisava descansar”, lembra.

Cerca de uma hora mais tarde, o médico teria voltado ao leito da mãe de Lúcio. “Ele perguntou como a minha mãe estava se sentindo. Ela respondeu, mas eu complementei a resposta. Ele virou para mim, mandou eu calar a boca porque não estava falando comigo. Aí, começou gritar tanto, e eu tive de revidar”.

Em imagens gravadas dentro do hospital, é possível ouvir o acompanhante dizendo: “Você está passando vergonha no hospital. Trate a minha mãe bem. Minha mãe não é cachorro, não. Você é um babaca.”

O médico retruca: “Você que está passando vergonha. Eu estou tratando ela bem. Você está me desrespeitando. Me agrediu e me xingou. Chama a polícia, que ele me xingou. É desacato isso. Você me desacatou. Está preso.”

O que diz o Iges

Acionado pela reportagem, o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF) informou que “prima pelo bom relacionamento entre todas as categorias profissionais e destas com os usuários de suas unidades, conforme consta na publicação interna Código de Ética e Conduta, disponível para acesso e leitura de todos os colaboradores.”

Além disso, o instituto ressaltou que “o vídeo divulgado não reflete todo o contexto em que se desenvolveu a discussão e, inclusive, mostra a reatividade do profissional em exercício de função. (Por isso,) são necessárias medidas adicionais para apurar a ocorrência.”

 

Fonte: Metrópoles

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