Ciro Gomes diz que Bolsonaro está ‘manipulando’ fé das pessoas

Candidato do PDT deu declaração durante agenda em SP. Blog informou que campanha de Bolsonaro tem 'guerra santa' como estratégia, tentando atrair votos de eleitores evangélicos.

O candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, afirmou nesta quinta-feira (18) que o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, está “manipulando” a fé das pessoas.

Ciro Gomes deu a declaração em uma entrevista coletiva em São Paulo, pouco antes de participar de sabatina organizada pela Associação Comercial de São Paulo (leia detalhes mais abaixo).

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Candidato do PDT, Ciro Gomes, discursa em sabatina na Associação Comercial de São Paulo

O colunista do g1 Valdo Cruz informou que a campanha de Bolsonaro tem a chamada “guerra santa” como estratégia, tentando atrair os votos de eleitores evangélicos. E que a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, tem atuado em busca de votos.

“Bolsonaro manipulando a fé do povo, incitando esse fundamentalismo que acaba descambando para a violência e o genocídio”, declarou Ciro Gomes.

“E o Lula lança dizendo que o Bolsonaro usa Deus e Deus usa o Lula. Neste caso, Bolsonaro já ganhou. O que nós temos que dizer é: a liberdade religiosa é um valor que é o estado nacional laico, tem que proteger e guardar, porque todas as vezes que os corruptos da política usaram a religiosidade, a fé legitima do nosso povo ou de qualquer nação, deu naquilo que nós conhecemos: regimes fundamentalistas violentos”, acrescentou o candidato.

Em terceiro lugar nas pesquisas eleitorais, Ciro Gomes tem dirigido as críticas a Bolsonaro e a Lula.

Pesquisa Datafolha divulgada em julho mostrou Lula com 47% das intenções de voto, Bolsonaro com 29% e Ciro com 8%. Pesquisa Ipec divulgada nesta semana mostrou Lula com 44%, Bolsonaro com 32% e Ciro com 6%.

Lula diz que não fará ‘guerra santa’

Nesta quarta (17), ao conceder entrevista a uma rádio de Minas Gerais, o ex-presidente Lula disse que não fará “guerra santa” durante a campanha eleitoral deste ano.

“Eu não sou candidato de uma facção religiosa. Eu sou candidato do povo brasileiro. Quero tratar evangélico igual católico, islâmico, judaico. Quero tratar as religiões, incluindo as de matriz africana, com o respeito que todas as religiões têm que ser tratadas. Não quero fazer uma guerra santa neste país, não quero estabelecer rivalidade entre as religiões. A religião é para cuidar da nossa fé, da nossa espiritualidade, não para fazer política”, declarou Lula na ocasião.

Críticas a antecessores

Durante a sabatina na Associação Comercial de São Paulo, Ciro Gomes também disse que os presidentes anteriores se aliaram com a “mesma gente” e que isso é “certeza do fracasso”.

Ciro citou o ex-deputado Roberto Jefferson, candidato do PTB à Presidência. Atualmente em prisão domiciliar, Jefferson foi condenado em 2012 pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento do mensalão e hoje se diz “fã” do presidente Jair Bolsonaro.

“O Roberto Jefferson, que fez um notável discurso de defesa do Collor, aparece no governo Lula protagonizando o escândalo do mensalão. Porque o Lula deu os Correios a ele para ele poder roubar. Agora surge como lugar-tenente do Bolsonaro, condenado. Eu não estou falando para falar mal de ninguém. Eu estou dando um exemplo pragmático de uma tese: esse modelo é a certeza do fracasso e da eternização aprofundada da crise”, disse Ciro.

“Collor governa com essa gente e é cassado. O Fernando Henrique governa com essa gente, não foi cassado, mas o PSDB perdeu a condição nacional de disputa. […] O Lula governa com essa gente e é preso. A Dilma governa com essa gente e é cassada. O Michel Temer governa com essa gente e é preso. E o Bolsonaro governa com essa mesma gente e está desmoralizado, esperneando com delírios golpistas, etc. Será que não está evidente que por este caminho a certeza do fracasso está dada? Só que a cada passo disso a crise vai se complexizando, se tornando mais grave. E o que está acontecendo nos seios do povo é a perda na crença na política, que é a linguagem da democracia”, acrescentou o candidato.

Para o candidato do PDT, o país precisa enxergar as eleições de outubro como um “plebiscito programático”, optando pelo candidato que apresente mais propostas para resolver os problemas da sociedade.

Fonte: g1

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