Horas após ser protagonista na vitória do Paris Saint-Germain por 1 a 0 diante do Olympique de Marselha, Neymar passou parta da manhã de segunda-feira (17) no banco dos réus num tribunal na Espanha. O jogador compareceu à corte para o início do julgamento em que ele, seu pai, Neymar Santos, e ex-presidentes do Barcelona são acusados de crimes fiscais relacionados à transferência do Santos para o clube catalão.
A ação foi movida pelo Grupo DIS e pelo Ministério Público da Espanha, órgão que pede a prisão do atacante, além de multas às partes. Josep Maria Bartomeu e Sandro Rosell, ex-presidentes do Barcelona, também estiveram na corte e são dois dos acusados.
Neymar foi dispensado por José Manuel Del Amo Sanchez, juiz que conduz o caso, e liberado para retornar à França. É esperado que o jogador retorne à corte para depoimento em algum momento do julgamento, que acontecerá até o próximo dia 31.
“Gosto muito de futebol, sei que o senhor Neymar Júnior ontem estava em campo pelo PSG contra o Olympique de Marselha. Sei que estava fazendo seu trabalho, marcando um gol. Portanto, está dispensado e seus advogados saberão quando terá que voltar”, disse o juiz.
A denúncia partiu do grupo DIS, empresa que detinha 40% dos direitos econômicos do atleta. A defesa do atacante rebate os argumentos.
O DIS alega que Santos, Barcelona e o staff de Neymar mentiram sobre o valor da negociação final, a fim de repassar menos dinheiro do que o grupo de investimento supostamente teria a receber no ato da negociação.
A promotoria do caso pede dois anos de prisão a Neymar e também uma multa de 10 milhões de euros (R$ 51,78 milhões na cotação atual). Além do craque brasileiro, atualmente no PSG, também serão julgados Sandro Rosell e Josep Maria Bartomeu, ex-presidentes do Barça.
O processo contra Neymar existe desde 2016, quando foi aberta uma investigação a partir de denúncia do grupo DIS. A defesa do brasileiro perdeu recurso em 2017, na Suprema Corte da Espanha, e por isso a situação segue em andamento.
Na última sexta-feira (14), advogados de Neymar rebateram todas as acusações e expuseram os principais pontos de defesa ao jogador. O argumento que serve de pilar é que o crime de ‘corrupção privada’, na qual o camisa 10 foi enquadrado na Espanha, não existe no Brasil.
Dessa forma, segundo os advogados de defesa, Neymar só teria alguma chance de ser condenado se a vítima (grupo DIS) fosse da Espanha, o que não é o caso. A equipe de defesa do jogador brasileiro é formada por uma banca com três advogados: Baker McKenzie María Massó, Jesús Santos e Alicia Franch.