Polícia aguarda resultado de necropsia de mulher morta carregada pelo filho para concluir o caso

Testemunha contou que pessoas na rua acharam que ele tinha assassinado a mãe e chegaram a puxar a sua bolsa, tentando levá-lo para a parte alta de comunidade na Praça Seca

Homem carrega corpo de idosa na Zona Oeste — Foto: Reprodução

A Polícia Civil aguarda o resultado do laudo cadavérico de Aurora do Nascimento Marques, de 100 anos, para concluir a investigação sobre sua morte. Na tarde desta quinta-feira, um vídeo do filho dela carregando seu corpo numa cadeira de rodas em Bateau Mouche, na Praça Seca, viralizou e gerou uma série de interpretações. No entanto, versão de testemunhas revelam que o homem estava pelas ruas em busca de ajuda, já que não sabia como proceder com o corpo.

Em depoimento na delegacia, uma testemunha contou que a idosa começou a passar mal no início da tarde de terça-feira (21), na hora que o filho lhe servia o almoço. O homem teria ligado para o Samu, que mandou uma equipe a casa deles. Ao chegarem, os médicos atestaram o óbito da mulher, a princípio, por causas naturais.

Nesse momento, um problema de comunicação acabou gerando a situação do vídeo: o filho entendeu que os médicos do Samu iriam chamar uma equipe da Secretaria municipal de Assistência Social (SMAS) para resolver as burocracias do enterro. O homem teria ficado horas esperando em vão.

Ao perceber o estado do corpo da mãe, que já estava em estado de putrefação, principalmente devido ao calor, o homem resolveu ir até o Centro de Referência de Assistência Social Gonzaguinha, o Cras-Praça Seca. Ele colocou seu corpo na cadeira de rodas e foi caminhando até o local. No entanto, logo ao sair na rua, teria sido abordado por vizinhos e por traficantes locais.

— Todo mundo achou que ele tinha matado a mãe, não tinha nada que ele pudesse fazer. Chegaram a puxar as coisas dele, tentaram levá-lo para a parte alta da comunidade — disse uma pessoa que presenciou a cena.

Um morador teria interferido e explicado que era necessário uma guia de remoção do corpo. Ele acionou a Polícia Militar que, ao chegar no local, encaminhou o homem até a 28ª DP (Praça Seca). Enquanto ele prestava depoimento, agentes da delegacia solicitaram uma guia de remoção do corpo, que ainda estava pelas ruas da comunidade.

Nesta quinta-feira, policiais aguardavam a presença de testemunhas do caso, intimados na quarta-feira. Serão ouvidas tanto pessoas que presenciaram a situação na rua quanto vizinhos do homem.

O corpo de Aurora do Nascimento está no Instituto Médico Legal. Caso o resultado da autópsia confirme a causa da morte como consequência da idade, o filho não responderá criminalmente.

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