Moradores do Complexo do Alemão contam que tiveram as casas destruídas por centenas de tiros nos confrontos entre as forças de segurança do Rio de Janeiro e criminosos. Uma megaoperação acontece nesta sexta-feira (24) e há registros de intensos tiroteios desde a madrugada.
“Foi péssimo. Começaram os tiros e fiquei deitada no chão do quarto do meu neto”, afirma uma moradora, que não quis ser identificada por medo.
A mulher, que vive no Alemão há mais de 50 anos, estava em casa com o neto de 6 anos. Eles não se feriram.
Ela conta que a casa dela ficou no meio do fogo cruzado, e uma granada e tiros acabaram derrubando o muro.
Além disso, as portas, o portão, as janelas e as paredes da sala também ficaram crivadas de bala. Um dos tiros atingiu a tela da televisão.
A moradora trabalha como costureira e não sabe como vai reparar os danos.
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Em outro ponto do Complexo do Alemão, um morador registrou marcas de tiro dentro do quarto.
Outro homem disse que um blindado fez uma manobra e acertou uma das colunas da varanda, abalando a estrutura.
A Polícia Militar informou que a Ouvidoria está disponível para que a população faça denúncias e registre queixas.
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Cerca de 500 agentes das polícias Civil e Militar foram mobilizados em mais uma fase da Operação Torniquete nos complexos do Alemão e da Penha. Um foragido da Justiça foi preso.
O cerco às comunidades começou por volta das 4h, e logo as equipes foram recebidas a tiros. Houve revide, o que levou a intensos tiroteios em diferentes pontos dos complexos.
A ação tem como objetivo é conter o avanço de facções criminosas e combater o roubo de veículos e de cargas. Cerca de 1 tonelada de drogas foi apreendida.
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Jardineiro morto por bala perdida
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Durante a ação, um homem foi atingido por um uma bala perdida perto do BRT da Penha e morreu. O jardineiro Carlos André Vasconcellos dos Santos tinha 36 anos e estava tomando café quando foi ferido.
Um PM também foi alvejado e levado para o Hospital Estadual Getúlio Vargas. Até a última atualização desta reportagem, o estado de saúde de Diogo Marinho Rodrigues Jordão, do Batalhão de Choque, era gravíssimo.
Além deles, um jovem de 21 anos foi baleado dentro de casa e levado ao Getúlio Vargas. Wander Souza dos Santos foi ferido dentro de casa e levado ao Getúlio Vargas. O quadro era estável.
O porta-voz da PM, major Maicon Pereira, disse que a operação tem como objetivo impedir a expansão territorial da facção criminosa que atua na região. Ele afirmou que a ação cumpriu os protocolos necessários.
“Adotamos os protocolos estabelecidos para atuar no Complexo da Penha e no Complexo do Alemão desde a colocação de ambulâncias blindadas para fazer o socorro dos policiais e de pessoas que tenham a necessidade. Todos os protocolos legais foram adotados para que a operação fosse feita. Infelizmente, tivemos alguns efeitos indesejados, mas conseguimos atuar e avançar nesse momento”, afirmou o major.