O réu Albino Santos de Lima – apontado como assassino em série – será levado a júri popular pelo homicídio de Emerson Wagner da Silva, de 17 anos, e por tentativa de homicídio de amigo da vítima. A decisão de pronúncia é do juiz José Eduardo Nobre Carlos, titular da 8ª Vara Criminal da Capital.
Segundo o processo, o réu foi pronunciado por homicídio e tentativa de homicídio qualificados, por motivo fútil e com recurso que dificulta a defesa das vítimas. Contudo, ainda não há data prevista para o julgamento popular.
Ao manter a prisão preventiva do réu – que se encontra recolhido no sistema prisional – o magistrado Eduardo Nobre destacou a periculosidade de Albino Santos, que responde a mais nove outros processos de homicídio, todos em tramitação na 7ª, 8ª e 9ª Varas Criminais da Capital – Tribunal do Júri.
“A prisão preventiva atende aos pressupostos gerais de cautelaridade, haja vista ser necessária, porquanto visa evitar a prática de novas infrações penais, ao tempo em que também é adequada, pois leva em conta a gravidade e as circunstâncias concretas do suposto fato delitivo”, disse o juiz.
Sobre o crime
No dia 21 de junho de 2024, Albino Santos teria forçado a fechadura da casa da namorada da vítima. Ao perceber algo estranho no portão, a namorada teria avisado Emerson, que foi até a porta. Quando questionado pela vítima, o réu negou o que estava fazendo e foi embora.
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Emerson – que trabalhava como barbeiro e era conhecido na comunidade – seguiu o réu a fim de identificá-lo e pediu ajuda a amigos. Um deles foi ao encontro da vítima para que ele não tomasse satisfações sozinho. Ao confrontá-lo, próximo à Praça Getúlio Vargas, no bairro Ponta Grossa, Albino sacou a arma e efetuou diversos disparos contra Emerson e seu amigo, que estava em uma moto e conseguiu escapar.
Ministério Público
No final do mês de Janeiro deste ano, o Ministério Público Estadual (MPE/AL) ofertou denúncia contra Albino Santos de Lima, pelo assassinato de Tamara Vanessa dos Santos e nos ferimentos de um casal, no dia 8 de junho de 2024, no bairro da Ponta Grossa.
O órgão baseou o pedido nas provas oficiais apresentadas no laudo pericial da Polícia Científica e na conclusão do inquérito. O promotor de Justiça Antônio Vilas Boas, a frente deste caso, também solicitou a manutenção da prisão do acusado sob a alegação de que se o réu for solto pode colocar em perigo a ordem pública.
O promotor pontuou que em depoimentos, o acusado, que se autointitulava “justiceiro”, justificou suas ações afirmando que escolhia suas vítimas com base em comportamentos que considerava indecentes ou relacionadas ao tráfico de drogas. No entanto, essa alegação foi completamente refutada pelas investigações.
Histórico de crimes
Em Dezembro de 2024, o trabalho investigativo da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e as perícias criminais realizadas pelo Instituto de Criminalística de Maceió conseguiram desvendar uma série de assassinatos ligados a um único criminoso, Albino dos Santos.
O homem, que residia a cerca de 800 metros dos locais dos crimes, passou a ser considerado o maior asssassino em série da história do estado, com 10 vítimas confirmadas até o momento: sete mulheres e três homens, entre 13 e 25 anos.
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As primeiras pistas do caso começaram a aparecer quando a PC passou a divulgar imagens do acusado, pouco após a morte da adolescente Ana Beatriz, uma das vítimas do assassino confesso.
Após denúncia de uma testemunha, a polícia encontrou uma pistola, munição, luvas, boné e máscara preta. Além disso, também encontrou a mesma roupa com a qual o homem aparecia no vídeo divulgado pela própria PC.
De acordo com as investigações, o homem seguia um padrão de utilizar roupa preta, boné e esconder o rosto para praticar os homicídios.
“Ele sempre agia do mesmo jeito, a maiorias das vezes a noite, usando roupas pretas e de boné para esconder o rosto. Ele é um predador, um assassino em série, muito frio e calculista”, disse o delegado Gilson Rego.
Matéria referente ao processo nº 0731899-04.2024.8.02.0001