A perícia do Laboratório de Genética Forense do Instituto de Criminalística de Maceió confirmou que o corpo – encontrado no mês passado em uma região de mata na cidade de Branquinha – pertence a menina de nove anos, Anna Cecíllya dos Santos Silva.
A Polícia Científica informou que a confirmação da identidade foi possível após a coleta do DNA e a comparação com o material genético da mãe da vítima.
Processo de confirmação de identidade
De acordo com a perita criminal, Carmélia Miranda, algumas dificuldades foram encontradas para a realização do exame desse caso, pois a decomposição do cadáver pode afetar as moléculas de DNA, seja pelo tempo ou por substâncias degradantes. Mas a extração do material genético das amostras coletadas do corpo da menina foi suficiente para o exame, cujo confronto deu resultado positivo.
A perita criminal ainda explicou que outras amostras seguem em análise no Laboratório de Genética para confirmar se há a presença de material genético masculino no corpo da menina, para confirmar se a vítima sofreu algum tipo de violência sexual. Por se tratar de uma técnica minuciosa, o exame demanda mais tempo.
“Em casos de estupro, a detecção de material genético do agressor torna-se mais rara quando a janela de tempo entre o fato criminoso e o exame de conjunção carnal é maior. Como sempre, estamos empenhados em conseguir o resultado positivo, apesar do avançado estado de decomposição que o corpo se encontrava”, afirmou Miranda.
O corpo da criança havia sido liberado por ordem judicial, apenas com requisição de sepultamento. Com a confirmação positiva do exame, o Instituto Médico Legal poderá emitir a declaração de óbito para que a família possa emitir a certidão.
Entenda o caso
No dia 21 de janeiro, a menina desapareceu após sair da casa onde morava com a mãe, o padrasto e os irmãos, para brincar. Após o sumiço, buscas realizadas por familiares e amigos se intensificaram, inclusive com a oitiva de moradores e parentes.
Cinco dias depois, o corpo de Anna Cecíllya foi localizado em uma região de mata. O local foi periciado pela perita criminal Jana Kelly, do Instituto de Criminalística de Maceió, e em seguida encaminhado para o Instituto Médico Legal da capital. O exame cadavérico no corpo revelou que a criança apresentava lesões com indicativos de violência física.
Suspeitos
Com o achado do cadáver, a Polícia Civil deu início as investigações e localizou dois acusados do crime. Assim sendo, um adolescente foi apreendido e o namorado da tia da vítima, de 19 anos, foi preso.
Inicialmente, a investigação não encontrou uma relação mais íntima entre os assassinos, a não ser o fato de morarem na mesma comunidade. Enquanto o adolescente conhecia Anna Cecillya desde o seu nascimento, o outro acusado, que tem 19 anos, veio morar em Branquinha com a tia da menina, após se relacionar por cerca de um ano por meio de um aplicativo de relacionamento.
O suspeito veio do Estado de Goiás, onde teria envolvimento em crimes e passou a morar com a tia da menor. Portanto, a polícia não descarta o fato de o suspeito ter usado o relacionamento para se esconder das autoridades do seu estado.
O acusado nega a participação no crime e chegou a apresentar álibis, que foram desconstruídos pela família de Anna Cecillya e até pela companheira. A principal alegação é de que estaria em casa no momento do assassinato. Contudo, a companheira confirmou que ele chegou em casa por volta das 20h.
A Polícia Civil confirmou ainda que a menina Anna Cecillya já havia sido vítima de violência sexual cometida por um ex-companheiro da mãe, que não reside mais no estado de Alagoas. O crime teria ocorrido há cerca de quatro anos.
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