Desde que retornou ao carnaval carioca há três anos, Renata Frisson, a Mulher Melão, vem tentando derrubar um padrão, construído na última década no carnaval, e pode deixar muitas feministas furiosas.
“Por mim, sairia nua. Mas a cada carnaval parece que querem vestir ainda mais as mulheres. E me pergunto o motivo disso. Não somos livres? Nossos corpos não são livres? Não foi e é por isso que lutamos? Sinceramente, não é com peitos e bundas que deveriam se preocupar”, dispara.
Para a artista, o topless, por exemplo, é uma expressão de liberdade que está vetado em várias agremiações, que não desejam objetificar a mulher e ficou perplexa ao ter que usar um tapa-mamilo:
“Objeti.. o quê? Nem sei falar isso. Nunca me senti assim. Pelo contrário. Eu adoro ser elogiada, vista. Quanto mais olhares, melhor. Eu sou contra essa hipocrisia. Gente, eu nem sabia o que era um tapa-mamilo! Carnaval sempre foi a festa da carne e da liberdade”.
Inspirada pelo filme “A Dama do Lotação”, de 1978, estrelado por Sônia Braga, na trama vivendo uma dona de casa reprimida, estuprada pelo marido e que encontra prazer ao fazer sexo com desconhecidos que conhece nos ônibus, Melão posou para um ensaio numa viação em Caxias, onde nasceu a Grande Rio, da qual é musa pelo segundo ano consecutivo.
“Quis retribuir também o carinho que recebo da comunidade. Parei Caxias”, comemora ela, que desfila na terça-feira, 4, último dia do Grupo Especial.
