“Presa mesma quem está é a Elizabeth”, desabafa irmã durante julgamento de acusado de feminicídio

Acusação quer pena máxima para o réu por feminicídio

Acontece desde às 9h desta terça-feira, 8, no Fórum Jairon Maia Fernandes, no Barro Duro, o julgamento do réu Evanderson Seixas dos Santos – acusado de assassinar a tiros a ex-mulher Elizabeth Nascimento de Araújo.  O crime aconteceu em dezembro de 2022, no bairro do Jacintinho, em Maceió.

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Promotor Antônio Vilas Boas

O Júri Popular que está sendo presidido pelo juiz Yulli Roter Maia, titular da 7ª Vara Criminal da Capital, conta com o promotor de Justiça Antônio Villas Boas, como representante do Ministério Público de Alagoas (MPAL). A defensora pública Heloísa Bevilaqua também auxilia a acusação.

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O rito começou com a oitiva das quatro testemunhas de acusação. Uma quinta testemunhas, amiga da vítima, acabou sendo dispensada. Em seguida, duas testemunhas de defesa também foram ouvidas. Só depois disso começou a fase de interrogatório, para depois iniciarem os debates (que ainda não foram encerrados no momento da publicação desta matéria).  A última etapa será a deliberação dos jurados e então, a sentença será proferida.

MPAL

Acusação mostra cenas do crime

Para o Ministério Público de Alagoas, não há dúvidas de que o crime ocorreu em razão da vítima ser do sexo feminino, além de já estar caída ao chão, o que a tornou um alvo mais fácil. A tese sustentada pelo MPAL é de homicídio triplamente qualificado: feminicídio, motivo torpe (dinheiro) e sem chance de defesa para vítima. Essas qualificadoras defendidas podem aumentar a pena do réu.

“A gente não pode chamá-lo de assassino até ele ser julgado e ser sentenciado. Mas a gente acredita que a Justiça não vai ser cega pro caso da Elizabeth. A gente acredita que a Justiça vai estar de olhos bem abertos. E ele vai merecer essa pena que ele vai levar, porque eu tenho certeza que vai ser unânime, ele vai ter uma pena máxima a cumprir”, disse a irmã da vítima em entrevista à TVPajuçara.

Reprodução TV Pajuçara

Irmã da vítima, Edivânia Nascimento

Em seu depoimento, a irmã da vítima, Edivânia Nascimento, disse que a vítima sofreu violência psicológica e inúmeras traições. Ela contou ainda que depois da separação o homem espalhou fotos íntimas da ex-companheira em grupos de whatsapp.

“Presa mesma quem está é a Elizabeth. Ela não volta mais. Eu perdi uma irmã. Vai ser o resto da minha vida sem minha irmã. As filhas dela… será o resto da vida sem a mãe. É muito duro isso. É muito forte. Ele está preso. Ele tem uma família, mas quando ele sair a família estará aguardando por ele. Qual a porta que vai se abrir para eu aguardar a minha irmã? Não existe”, desabafou também aos jornalistas.

A defesa do réu solicitou que ele não estivesse presente durante o júri, para não ser visto.

A expectativa é que o júri seja encerrado ainda na noite de hoje.

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Reú acompanhou o júri em sala separada

ENTENDA O CASO

Por volta do meio-dia do dia 31 de dezembro de 2022, véspera de Réveillon, o acusado, em uma motocicleta, abordou a vítima que estava próximo ao meio-fio de uma calçada na Rua Cláudia, no Jacintinho, e sacou a arma de fogo. Elizabeth Araújo ainda entrou em luta corporal com o ex-marido, mas acabou caindo no chão. O acusado aproveitou o momento e desferiu os disparos de arma de fogo na vítima. O crime teria sido motivado pelo fato do acusado não aceitar o término do relacionamento.

Cortesia

Elizabeth foi morta pelo ex-companheiro

Antes de ser vítima de feminicídio, Elizabeth Nascimento Araújo, 45, tinha adotado todas as medidas previstas em lei. Denunciou o companheiro à polícia judiciária em 13 de dezembro, quando relatou outras agressões físicas e verbais, além da exigência de R$ 10 mil. Ela obteve medida protetiva, mas nada disso impediu que ela perdesse a vida pelas mãos do ex.

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