O plenário da Câmara Municipal de Maceió viveu uma sessão tumultuada nesta quarta-feira (9), marcada por uma discussão acalorada entre os vereadores Allan Pierre (MDB) e Leonardo Dias (PL). O embate ocorreu durante a segunda tentativa de Leonardo Dias de aprovar uma moção de apoio ao Projeto de Lei que propõe anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023.
LEIA MAIS NOTÍCIAS DA POLÍTICA NACIONAL E INTERNACIONAL
SIGA O ALAGOAS 24 HORAS NO INSTAGRAM
Desde o início da pauta, Allan Pierre utilizou seu tempo de fala para questionar a legalidade da proposta. Ele apontou fundamentos que, segundo ele, poderiam anular a votação da moção.
No dia anterior, 13 vereadores haviam esvaziado o plenário como forma de impedir a deliberação do texto, o que, na prática, inviabilizou o quórum necessário para a votação.
Em resposta, Leonardo Dias criticou a postura dos colegas e cobrou diretamente seus posicionamentos. “Se são a favor de que mulheres sem antecedentes criminais não voltem para suas famílias, basta votar contra. É simples”, disparou. Na sequência, ele orientou a bancada do PL a votar favoravelmente à matéria.
Além disso, as vereadoras Olívia Tenório (PP), Silvânia Barbosa (Solidariedade) e Jeannyne Beltrão (PL) também se manifestaram contrariamente à votação da moção, ampliando o debate.
O ÁPICE DA DISCUSSÃO
O clima esquentou ainda mais quando Allan Pierre sugeriu que Leonardo retirasse a proposta da pauta, reconhecendo sua “ineptidão regimental”. Em tom firme, ele recomendou que a moção fosse reapresentada em conformidade com as normas internas da Casa. “Não podemos votar matérias aqui sob pressão, indução e chantagem de qualquer espécie”, afirmou.
A declaração provocou uma reação imediata de Leonardo Dias. Aos gritos e batendo na mesa, ele exigiu explicações de Allan Pierre sobre a acusação de chantagem. “Qual foi a chantagem que eu fiz? Vossa Excelência não me conhece. Não sou chantagista!”, retrucou, visivelmente exaltado.
Nesse momento, Pierre também se levantou e avançou em direção a Leonardo, acusando-o de “não respeitar ninguém”. Para evitar uma escalada do conflito, o presidente da Câmara, Chico Filho (PL), ordenou o corte dos microfones e suspendeu a sessão. Imediatamente, os vereadores Kelmann Vieira (MDB) e Thiago Prado (PP) intervieram fisicamente para impedir um confronto direto entre os dois.
Ver essa foto no Instagram
CLIMA APAZIGUADO
Com o ambiente mais calmo após a suspensão, Leonardo Dias admitiu que se exaltou durante o debate e pediu desculpas públicas aos demais parlamentares. “Me excedi. Isso não representa a forma como costumo me portar”, declarou, tentando amenizar o clima.
Por fim, ao encerrar os trabalhos, o presidente Chico Filho anunciou oficialmente a retirada da moção da pauta e devolveu o texto ao autor.
Após discussão entre os vereadores, ficou acordado que as moções individuais propostas pelos vereadores não devem ser mais postas em votação. Caso as proposições sejam coletivas, deverão passar por tramitações dentro da Casa Legislativa.
