Cinco são mortos em ação na Zona Sul do Rio para prender assassinos de policial civil marido de juíza

'Cheio de Ódio', chefe do tráfico da Ladeira dos Tabajaras, é um dos 'neutralizados', segundo o secretário de Polícia Civil do RJ. Agentes da DH e da Core, da qual Marquini fazia parte, subiram a comunidade para cumprir 2 mandados de prisão. Houve confronto.

O policial João Pedro e a juíza Tula Mello foram vítimas de um assalto a caminho de casa no último domingo. Ele morreu. | Foto: Reprodução/Fantástico

Cinco suspeitos foram mortos, nesta terça (15), na operação na Ladeira dos Tabajaras, na Zona Sul do Rio de Janeiro, para tentar prender os assassinos do policial civil João Pedro Marquini, de 38 anos, marido da juíza Tula Mello.

Na noite de 30 de março, o casal foi rendido por ladrões na Grota Funda, e Marquini foi fuzilado ao tentar reagir.

Ao RJ1, o secretário da Polícia Civil, o delegado Felipe Curi afirmou que “criminosos foram neutralizados” e que um dos mortos é o chefe do tráfico da comunidade, identificado como Cheio de Ódio, “um marginal extremamente violento e que estimulava ataque aos policiais”.

“Conseguimos identificar os autores, os responsáveis marginais que praticaram esse crime hediondo contra o nosso policial. Hoje, estamos indo nessa região para cumprir as ordens judiciais. Operação em andamento e sem hora para terminar. Temos a informação de armas apreendidas e criminosos neutralizados”, detalhou Curi.

O secretário disse ainda que os agentes saíram para cumprir 2 mandados de prisão e que a reação da polícia dependia da ação dos criminosos.

“Se eles não reagirem, não vai haver confronto. Agora, se optarem pelo confronto, a opção é deles”.

Mas os dois alvos, Antônio Augusto D’Angelo da Fonseca e Walace Andrade de Oliveira, não foram encontrados. Durante a ação, foram apreendidos três fuzis, duas pistolas e granadas.

Antonio Augusto D'Angelo da Fonseca e Walace Andrade de Oliveira, procurados na operação da Core no Tabajara — Foto: ReproduçãoAntonio Augusto D’Angelo da Fonseca e Walace Andrade de Oliveira, procurados na operação da Core no Tabajara — Foto: Reprodução
Carro da Defesa Civil na Ladeira dos Tabajaras; pelo menos uma pessoa foi morta durante a operação da Polícia Civil — Foto: Reprodução/TV GloboCarro da Defesa Civil na Ladeira dos Tabajaras; pelo menos uma pessoa foi morta durante a operação da Polícia Civil — Foto: Reprodução/TV Globo

O Tabajaras é uma favela que ocupa o morro que divide Botafogo de Copacabana, e seus acessos são por vias movimentadas desses bairros.

Agentes da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), tropa de elite da Polícia Civil e da qual Marquini fazia parte, fizeram um cerco no Tabajaras e avançavam com o auxílio de um helicóptero. Traficantes reagiram a tiros.

“A reação da polícia depende da reação dos criminosos. Se eles não reagirem, não vai haver confronto”, emendou Curi.

Por segurança, as ruas Pinheiro Guimarães e Real Grandeza, em Botafogo, chegaram a ser fechadas mais de uma vez, por alguns minutos. Um colégio na região decidiu suspender o recreio ao ar livre e manter os alunos em sala. Em creches do entorno, crianças precisaram se proteger dos disparos e se abaixaram nos corredores.

Vídeos nas redes sociais mostram um helicóptero da Polícia Civil dando rasante em cima do Cemitério São João Batista e agentes Core em diversas vias que dão acesso à comunidade.

Relembre o crime

Na noite de 30 de março, Marquini e Tula voltavam de Campo Grande, na Zona Oeste, em carros separados — horas antes, o policial civil tinha ido de carona com a mulher no Outlander dela pegar o Sandero dele, que estava em uma oficina para conserto.

Ao ver o trânsito parado no Túnel da Grota Funda, o casal decidiu seguir pela serra. Marquini vinha à frente, no Sandero, e Tula o seguia. Em uma das curvas, bandidos que fechavam a pista abordaram o Outlander de Tula.

Ao perceber a ação dos criminosos, Marquini chegou a ligar para um amigo e deixou o celular no viva-voz. A juíza deu ré, mas os bandidos começaram a atirar. O agente saiu do carro armado, mas não deu qualquer disparo — foi atingido por 5 tiros de fuzil.

O carro da juíza foi atingido por três tiros, mas, como é blindado, Tula não se feriu.

Refúgio no Comando Vermelho

Após matarem Marquini, os bandidos fugiram para a comunidade Cesar Maia, em Vargem Pequena, que há mais de 1 ano é controlada pelo Comando Vermelho (CV).

Logo depois, a Core fez uma operação na região e encontrou o Tiggo usado pelos criminosos. Os investigadores suspeitam que esse veículo tenha sido usado num ataque no Cesarão, em Santa Cruz, pouco antes do episódio que envolveu o policial e a juíza.

O Tabajaras também é dominado pelo CV.

Polícia faz operação na Ladeira dos Tabajaras, na Zona Sul do Rio — Foto: ReproduçãoPolícia faz operação na Ladeira dos Tabajaras, na Zona Sul do Rio — Foto: Reprodução

Veja Mais

Deixe um comentário