Durante coletiva de imprensa realizada na noite desta terça-feira, 15, o tenente Ascânio, do Corpo de Bombeiros, informou que o local onde o corpo da bebê Ana Beatriz foi encontrado nesta manhã já havia sido inspecionado nesta segunda-feira (14), sem que nada fosse detectado na ocasião. A criança estava desaparecida desde a última sexta-feira (11), após alegação de sequestro feita pela mãe.
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Segundo o militar responsável pelo cão farejador que participou das buscas, o armário onde o corpo foi localizado chegou a ser aberto durante as vistorias anteriores. Ele ressaltou que, mesmo com a presença de produtos de limpeza no ambiente, o olfato do animal não seria comprometido, caso o corpo já estivesse ali.
“Eu fiquei muito surpreso, porque no lugar onde foi encontrada a criança, eu mesmo, com a minha equipe, estávamos lá, passamos o dia todo vasculhando. E naquele local onde a criança estava… nosso sargento também verificou com a cadela, e não encontramos nada, nada. Em momento nenhum havia corpo, havia cheiro. Nada. […] Como é que a criança está com quatro, cinco dias [morta] e não tem cheiro nenhum? Nós mexemos nas gavetas, no armário e não achamos nada. E hoje acontece hoje, mas será a perícia quem vai informar o que houve de verdade”, desabafou o representante do Corpo de Bombeiros
O perito da Polícia Científica, José Veras, também comentou sobre o caso, afirmando que não foram identificados vestígios de sangue humano no local.
Todas estas informações levam a Polícia Civil a acreditar que o corpo foi movido, com a ajuda de terceiros, durante a madrugada ou início da manhã de hoje. Isto será um dos ponto sobre os quais esta nova etapa de investigação se debruçará.
Quando questionado sobre a presença policial na casa da família, o delegado Igor Diego explicou que a Polícia Militar foi disponibilizada para garantir a segurança da mãe da criança e que ela, também para preservar sua integridade física, foi levada para Maceió no dia de ontem e quando retornou a Novo Lino, já por volta da meia noite, se dirigiu à casa de outro familiar, em uma localidade distante, o que pode ter dado a oportunidade de alguém ter entrado na casa com o corpo ou movido ele de lugar. “É possível que aconteça de uma pessoa ter ajudado a ocultar este corpo e diante da situação tenha retornado para que não fosse incriminada outra pessoa, já que a mãe estaria comprometida nessa situação. Ou até participação de ter feito isto também junto, com a criança, ou da possibilidade da mãe da criança ter contado para algum parente o que teria acontecido, onde está o corpo e para evitar maior situações ter dito para algum familiar ou amigo para retornar com o corpo. Mas digo são apenas hipótes, linhas de investigações”, explicou o delegado.
“É muito triste essa situação, mas nós somos técnicos e precisamos trabalhar com aquilo que é necessário. É um resultado que nós temos como finalizado o desaparecimento da criança Ana Beatriz. O caso está completamente solucionado pelo estado de Alagoas em relação a isso. Outras situações: Alguém ajudou na prática? As investigações continuam para que a gente a possa averiguar tudo isso”, concluiu o delegado Igor Diego.
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Mãe está presa
Na mesma coletiva de imprensa, o delegado João Marcello, um dos responsáveis pela investigação, informou que a mãe da bebê Ana Beatriz foi presa em flagrante pelo crime de ocultação de cadáver. Por medida de segurança, ela foi transferida para Maceió, onde permanecerá detida até a realização da audiência de custódia, prevista para esta quarta-feira (16). A Justiça poderá encaminhar a mulher para sistema de reclusão ou de tratamento médico, conforme entender seu estado psicológico.
Segundo o delegado, trata-se de um crime de natureza permanente, ou seja, que se estende no tempo. Por isso, até o momento em que o corpo foi localizado, considera-se que o crime ainda estava em andamento, o que justifica a prisão em flagrante.
Além da ocultação de cadáver, a mulher poderá responder por homicídio ou infanticídio — este último previsto quando o crime é cometido pela mãe sob influência do estado puerperal.

Corpo estava dentro de uma sacola. Devido ao estado avançado de putrafação, já eram percebidas moscas no local, além de um forte odor relatado por quem estava na casa
Marcello também revelou que, em conversa informal com o delegado regional Paulo Cerqueira, a mulher teria confessado ter matado a filha por asfixia, utilizando um travesseiro. Conforme relatado, a bebê estava doente, chorava há dias e não dormia, o que teria deixado a mãe emocionalmente abalada, levando-a ao ato.
Antes da confissão, ela chegou a apresentar duas versões: teria dormido acidentalmente sobre a criança ou a filha teria se engasgado com leite materno. Ambas as versões foram posteriormente descartadas por ela mesma.
Já o delegado Igor Diego pontuou também que a mãe chegou a dizer que teria dado a criança, mas acabou voltando atrás rapidamente, ao ver que a versão não iria se sustentar.
“Essas são versões que ela apresentou, mas a gente tem muita cautela, porque diante de todos os fatos que nós verificamos agora, ela já apresentou diversas situações, então, qual é a verdade dos fatos, só o trabalho pericial do IML e do IC é que vai nos dar estas respostas definitivas”, explicou Diego.
A mãe ainda deverá prestar depoimento formal ainda na noite de hoje. O pai também deverá ser ouvido, mas a polícia acredita que ele não tem envolvimento com os fatos.
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