A Polícia Militar de Pernambuco libertou um mulher de 30 anos e o filho, de três anos, que estavam em cárcere privado e sofriam violência doméstica, física e psicológica, do companheiro e pai da criança. A operação aconteceu no bairro do Cabanga, no Centro do Recife, na quinta-feira (17), e foi divulgada nesta sexta-feira (18).
Segundo a polícia, a movimentação para libertar a família começou na quarta (16), quando uma equipe do 16º Batalhão da Polícia Militar iniciou uma campana nas proximidades da casa, para observar a movimentação no local.
Os policiais retornaram na quinta para fazer o resgate de mãe e filho. Ao entrarem no local, os agentes encontraram os dois em estado de choque.
O homem que mantinha os parentes em prisão domiciliar não estava na residência e é considerado foragido.
Como a polícia soube do caso
A denúncia sobre a situação das vítimas foi feita por uma mulher que é acompanhada pela patrulha Maria da Penha na localidade e que percebeu que a outra família estava passando por uma situação de violência.
“A patrulha Maria da Penha faz o acompanhamento de uma vítima de violência doméstica perto da residência e por isso ela tem o contato direto para pedir ajuda em caso de necessidade. Foi essa pessoa que percebeu que mãe e filho estavam numa situação difícil e acionou a patrulha, contando o que estava acontecendo”, explicou ao g1 a tenente Viviane Calado, do 16º Batalhão de Polícia Militar.
A tenente detalhou que, após receber a denúncia, os policiais verificaram o que estava acontecendo e depois tiveram acesso gravações em áudio que registravam choros, pedidos de socorro das vítimas, além de ameaças de homicídio e de suicídio. Foi então que retornaram ao local e realizaram o resgate.
“A própria mulher abriu a porta. Ela estava em estado de choque e o filho também. O homem não estava em casa e está sendo procurado pela polícia”, contou Viviane Calado.
Mãe e filho foram acolhidos pela equipe de resgate da patrulha Maria da Penha – que realizou a transferência da família para um abrigo temporário, onde ficarão até que seja concluída a transferência deles para outro estado, na região Sudeste – onde familiares das vítimas moram.
Patrulha Maria da Penha
A tenente Viviane Calado destacou que a Polícia Militar tem patrulhas especializadas, batizadas de Maria da Penha, que acompanham diversas mulheres que passaram por situação de violência doméstica e que possuem medidas protetivas concedidas pela Justiça.
Essas mulheres são acompanhadas de perto pelos agentes de segurança, que costumam realizar rondas e monitoramento regular, para evitar que os agressores descumpram proibição de aproximação e outras medidas de proteção às vítimas.
Além disso, elas também têm a possibilidade de contato direto com a patrulha do bairro, para poderem acionar mais rapidamente o socorro policial, em caso de necessidade. As patrulhas Maria da Penha são formadas por pelo menos três policiais, com a presença de no mínimo uma mulher.
“Foi o que aconteceu neste caso. Uma dessas vítimas percebeu que a conhecida estava passando pela situação de violência e ligou diretamente para a patrulha para denunciar. Mas se qualquer pessoa perceber situação semelhante, ou de agressão a mulheres, pode telefonar para o número 190 e denunciar, que a polícia segue para o local para verificar o fato”, detalhou Viviane Calado, explicando que os policiais que atuam na patrulha têm treinamento específico para lidar com questões que envolvem violência contra mulheres.
Como denunciar
- Em Pernambuco, as denúncias de violência contra mulher podem ser feitas através do telefone 180, da Central de Atendimento à Mulher, que funciona 24 horas por dia, inclusive aos finais de semana e feriados;
- A Polícia Militar pode ser contatada pelo 190, quando o crime estiver acontecendo;
- Também é possível, no Grande Recife, fazer denúncias pelo Disque-Denúncia da Polícia Civil, no número (81) 3421-9595;
- O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) também pode ser acionado de segunda a sexta-feira, das 12h às 18h, através de uma ligação gratuita para o número 0800.281.9455;
- Outra opção é a Ouvidoria da Mulher de Pernambuco, que funciona pelo telefone 0800.281.8187;
- Os endereços e telefones das Delegacias da Mulher podem ser consultados no site do TJPE.