Gracyanne Barbosa não se formou mesmo em Direito na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), como a mesma já afirmou em diversas entrevistas e segundo consta, inclusive, na página dela da Wikipédia. A informação já havia sido desmentida por um comunicado da própria universidade, conforme o EXTRA informou com exclusividade na última sexta-feira, 18.
O EXTRA também procurou a Faculdade Nacional de Direito (FND) da UFRJ, que confirmou que não há registros de que Gracyanne Barbosa estudou na instituição.
“Não há nenhum registro de que Gracyanne Barbosa (Gracyanne Jacobina Barbosa Vieira) tenha sido aluna da FND/UFRJ. Todos os alunos possuem uma pasta discente (documentos físicos), o que ocorre desde 1891. No caso dela, não existe esse registro. Também não há registro no SIGA (Sistema Integrado de Gestão Acadêmica)”, afirma o servidor Marcio Capella, responsável pelo Núcleo de Documentação e Memória Arquivista (NUDMA) ou seja, o setor de Arquivo da Faculdade Nacional de Direito (FND)da UFRJ.
“Especialmente para quem alega ter concluído o curso em 2006, deveria haver, ao menos, um processo registrado como Registro de Diploma. Infelizmente, não procede a informação divulgada há bastante tempo na mídia de que Gracyanne Barbosa seria formada pela FND”, completou o servidor.
O “mito” de que Gracyanne Barbosa é formada em Direito circulou por anos pelos corredores da Faculdade Nacional de Direito (FND) da UFRJ, no Centro do Rio. A história ganhou tanta força que, em 2018, a musa fitness foi homenageada por estudantes do curso, que estamparam seu nome e rosto nas camisas do centro acadêmico, conferindo-lhe o título de “Ilustríssima”.
Na ocasião, alunos de Direito da UFRJ e o Centro Acadêmico Cândido Oliveira, o Caco, incluíram Gracyanne a uma lista de personalidades renomadas em seus ofícios e que também cursaram Direito na UFRJ, como Jorge Amado, Clarice Lispector e Vinicius de Moraes.
Eles foram escolhidos para estampar camisetas que foram vendidas numa campanha em prol de estudantes que precisavam de apoio financeiro durante a jornada acadêmica.
“É uma honra para mim e um gesto de carinho que me deixou surpresa. Claro que já encomendei algumas e vou incentivar que mais gente participe”, agradeceu a musa fitness na época.
UFRJ desmente Gracyanne
Um cartaz afixado na secretaria do curso de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) informa que a musa fitness nunca estudou na instituição — e muito menos se formou em Direito por lá, como ela já declarou em diversas entrevistas e como consta, inclusive, em sua página na Wikipédia.
O comunicado do Núcleo de Documentação e Memória Arquivística da universidade estava afixado na sede da Faculdade Nacional de Direito (FND) da UFRJ, no Centro do Rio, ao lado do gabinete da direção, na última quinta-feira, dia 17. O que chama atenção é o título: “FATO OU FAKE?”.
“É FAKE que Gracyanne Barbosa (Gracyanne Jacobina Barbosa Vieira) modelo de fisiculturismo, personalidade de televisão, empresária e ex-dançarina foi aluna da Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (FND/UFRJ). Sem registro no SIGA (Sistema Integrado de Gestão Acadêmica)”, diz a mensagem, acrescentando que o nome da ex-BBB e musa fitness não consta nos registros consultados entre 1999 a 2010.
“Sem pasta discente no arquivo: sem registro nos diários de aulas (consultados: 1999 – 2010). FAKE”, finaliza o texto.
Segundo relatos da própria Gracyanne em diversas entrevistas, ela teria se formado em Direito na UFRJ em 2006. A musa fitness afirmou, inclusive, ter passado em primeiro lugar no vestibular da referida faculdade pública após sair do Mato Grosso do Sul para tentar a vida no Rio.
“E eu passei em primeiro lugar. Tinha até uma foto minha lá. Eles fazem camiseta, eu já fui lá visitar. Bem maneiro mesmo, tenho muito orgulho”, conta ela, durante sua passagem pelo “BBB 25”.
O EXTRA entrou em contato com a assessoria de imprensa de Gracyanne Barbosa, mas a musa fitness não se pronunciou. As declarações de Gracyanne sobre sua formação na universidade pública podem implicar numa infração considerada um crime de falsidade ideológica, de acordo com o artigo 299 do Código Penal.