Brasil tem déficit de US$ 56 bilhões nas contas externas, maior desde 2019

Dólar cai a R$ 5,69 e bolsa sobe com tensões nos EUA e IPCA-15 | Foto: Freepik

O dólar emplacou a sexta sessão consecutiva de queda ante o real nesta sexta-feira (25), após novos dados de inflação no Brasil reforçarem a perspectiva de elevação maior de juros pelo Banco Central em maio, enquanto o Ibovespa teve um ligeiro ganho, à medida que os investidores analisavam sinais de alívio nas tensões comerciais entre Estados Unidos e China.

A moeda norte-americana teve uma queda de 0,05%, cotada a R$ 5,6903. Na semana, a divisa acumulou baixa de 2,01%.

Já o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, encerrou no campo positivo com uma leve alta de 0,12%, a 134.739,28 pontos. Na semana, o índice acumula um avanço de 3,93%.

CONTEXTO INTERNACIONAL

Os movimentos da divisa brasileira nesta sessão ocorriam em meio aos ganhos amplos — mas tímidos — do dólar nos mercados globais, em que avançava sobre pares emergentes, como o peso mexicano e o peso chileno, e ante pares fortes, como o iene e o euro.

Investidores retomavam posições compradas na moeda norte-americana diante de notícias que indicam um possível alívio na guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo, fator que tem feito os agentes abandonarem ativos dos EUA nas últimas semanas.

A China isentou nesta sexta algumas importações vindas dos EUA de suas tarifas de 125% e pediu que as empresas identifiquem produtos que podem ser elegíveis à medida, de acordo com corporações notificadas pela mudança, no que foi a maior demonstração dos temores de Pequim com os impactos das tarifas.

Do lado norte-americano, o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou mais cedo que recebeu uma ligação do líder chinês, Xi Jinping, e apontou que seu governo está conversando com a China para fechar um acordo tarifário.

Com as expectativas de redução das tensões entre os dois países, o dólar se fortalecia antes seus pares, recuperando perdas acumuladas com a aversão recente de investidores a ativos dos EUA devido à incerteza dos planos tarifários de Trump e à preocupação em relação aos efeitos sobre a economia dos EUA.

“O dólar continua a se estabilizar em relação à maioria das moedas, em meio a sinais de um abrandamento das tensões comerciais globais”, disse Eduardo Moutinho, analista de mercados do Ebury Bank.

“Esse movimento de desescalada, impulsionado também pela notícia de que acordos comerciais podem ser finalizados até a próxima semana, foi bem recebido pelos investidores, aumentando o apetite por dólares”, completou.

O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,19%, a 99,615.

Por mais um pregão, as atenções dos investidores estavam amplamente voltadas para o cenário externo, com os dados econômicos domésticos ficando de lado nas últimas semanas.

INFLAÇÃO NO BRASIL

Nesta sexta, o IBGE informou que a alta do IPCA-15 voltou a desacelerar em abril, mas o índice segue pressionado pelos preços de alimentos e saúde, com a taxa em 12 meses ainda acima de 5% em meio ao ciclo de elevação da taxa de juros pelo Banco Central.

O IPCA-15 subiu 0,43% em abril, após alta de 0,64% em março, ficando em linha com a expectativa em pesquisa da Reuters. Os dados divulgados mostraram ainda que, em 12 meses, o avanço acumulado do IPCA-15 chegou a 5,49%, de 5,26% em março.

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