Advogada condenada por mandar matar colega se entrega à polícia após revogação de habeas corpus

Janadaris Sfredo foi condenada pelo homicídio do também advogado Marcos André de Deus Félix, na Praia do Francês, em 2014

TJ manteve prisão de Janadris Sfredo. Foto: G1 Alagoas/Arquivo

A advogada Janadaris Sfredo, natural do Rio Grande do Sul, se entregou à polícia nesta segunda-feira (6), após o Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL) determinar sua prisão. A medida veio após a revogação de um habeas corpus que havia permitido sua liberdade provisória.

Ela foi condenada em agosto deste ano a 28 anos de prisão pelo homicídio do também advogado Marcos André de Deus Félix, morto em 2014 na Praia do Francês, em Marechal Deodoro (AL). O crime teria sido motivado por uma disputa judicial envolvendo a posse de uma pousada.

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Durante o julgamento, realizado no Fórum Desembargador Jairo Maia Fernandes, em Maceió, o júri popular decidiu por sua condenação por quatro votos a três, após quase 19 horas de sessão. De acordo com a decisão judicial, Janadaris cumprirá metade da pena em regime fechado. Considerando os quatro anos em que já esteve presa anteriormente, a pena foi reduzida para 24 anos, dos quais ela deverá cumprir 12 em regime fechado.

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Em um vídeo publicado nas redes sociais antes de se apresentar à polícia, a advogada alegou que sua condenação foi baseada em depoimentos questionáveis.

A soltura de Janadaris havia sido autorizada em 26 de setembro, mas a decisão foi revertida poucos dias depois pelo desembargador Tutmés Airan. Ele justificou a revogação com base em entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), que valida a execução imediata da pena em casos julgados pelo Tribunal do Júri, mesmo que a condenação ainda possa ser contestada por meio de recursos.

Conforme o STF, apenas situações excepcionais — como flagrante ilegalidade ou sentença claramente contrária às provas — justificariam que o réu aguardasse o recurso em liberdade. O placar apertado do júri, segundo o desembargador, não configura esse tipo de exceção.

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Entenda o caso

Janadaris Sfredo é acusada de mandar matar o advogado Marcos André de Deus Félix, de 40 anos, em 14 de março de 2014 na Praia do Francês, em Marechal Deodoro. Baleado, ele chegou a ser socorrido e passou por tratamento no Hospital Geral do Estado (HGE) e, posteriormente, no Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HUPAA), mas morreu após duas semanas internado.

Para executar o crime, ela teria contratado Juarez Tenório da Silva Júnior, Álvaro Douglas dos Santos e Elivaldo Francisco da Silva, presos e também condenados.

Inicialmente, o marido da acusada, Sérgio Sfredo, chegou a ser indiciado por envolvimento no crime. Contudo, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que ele fosse solto por ausência de provas.

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O crime teria sido motivado por desentendimentos e disputas judiciais entre a acusada e a vítima. A desavença entre as partes teve início em 2010, após uma ação de despejo da Pousada Lua Cheia. Na oportunidade, Marcos André era advogado dos proprietários do estabelecimento e Janadaris representava os inquilinos no local, que perderam a causa.

Posteriormente, Janadaris passou a administrar a Pousada Ecos do Mar e foi morar vizinho à vítima. É relatado que o advogado tornou-se alvo de provocações e perseguições, que afetaram o seu cotidiano. A desavença teria resultado no crime.

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