O presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarca neste sábado (01) para Belém, onde participar da COP30, que só começa na próxima quinta-feira. O governo brasileiro quer deixar a marca de uma conferência da “implementação de mudanças práticas”, e não apenas de debates sobre o clima. O cenário geopolítico, no entanto, não é favorável.
Lula chega à capital paraense com bons indicadores ambientais divulgados nesta sexta-feira. O Brasil acaba de registrar a terceira menor taxa de desmatamento da Amazônia desde 1988 — e é o terceiro ano consecutivo de queda no índice durante a atual gestão.
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A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, destacou: “Isso evitou lançar na atmosfera mais de 700 milhões de toneladas de CO₂ — uma contribuição altamente significativa no contexto da COP30.” Os preços das hospedagens continuam elevados, mas dados obtidos pela CNN mostram um recuo de 47% em relação a fevereiro. Muitos interessados, porém, teriam desistido de ir a Belém devido aos altos custos.
O presidente da conferência, André Corrêa do Lago, confirmou nesta sexta-feira (31) que mais de 170 delegações já foram credenciadas, superando o quórum mínimo de 132 necessário para as deliberações. A notícia negativa veio dos Estados Unidos, que não enviarão representantes oficiais à cúpula do clima. Além disso, ainda não há consenso entre os participantes sobre as metas de redução ou eliminação do uso de combustíveis fósseis.
Anos de guerra na Europa também mudaram as prioridades de investimento. Diversos países destinaram mais recursos à Defesa, deixando em segundo plano os projetos de transição energética. A poucos dias do início da conferência, líderes europeus ainda se dividem sobre a meta climática para 2040. A Comissão Europeia propõe reduzir as emissões de CO₂ em 90% até a data, mas vários países temem o impacto econômico da medida.
A falta de um acordo interno deixaria a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, sem um dado concreto para apresentar durante os encontros com outros líderes mundiais em Belém. No campo doméstico, a realização da COP30 também faz Lula adiar decisões importantes, como a indicação do novo ministro do Supremo Tribunal Federal e a crise na segurança pública no Rio de Janeiro, que vem impactando a imagem do governo.
