Não passa protetor? Cuide-se para não ser pego de surpresa pelo câncer de pele

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Especialistas afirmam que o homem é mais negligente nos cuidados com a pele. Com o verão elevando a temperatura em algumas cidades para mais de 40°C, usar protetor solar é vital não apenas no final de semana na praia, mas em todos os dias.

"Deb disse para eu checar a marca no meu nariz. Cara, ela estava certa! Eu estava com carcinoma basocelular (câncer de pele de maior incidência). Por favor, não seja tolo como eu. Faça uma consulta. E use protetor solar!"

"Deb" é Deborra-Lee Furness, casada com Hugh Jackman, ator e autor da frase acima. Eternizado nos cinemas como Wolverine, Jackman usou essas palavras em seu Instagram para revelar que estava com câncer de pelo não melanoma em novembro de 2013 (ele passou por novo tratamento no final do ano passado), mostrando que nem o mutante com fator de cura está imune.

Frente ao calor que tem feito em muitas cidades brasileiras, o caso do ator serve de alerta para o homem, que é mais negligente nos cuidados com a pele, de acordo com especialistas.

"Eles não gostam de usar o protetor solar e em algumas profissões há uma maior exposição ao sol", afirma a dermatologista Osvânia Maris, da clínica Les Peaux, no Rio de Janeiro. "A maioria diz que só usa na praia, alguns falam que incomoda", completa Carla Góes, também dermatologista, mas que observa nos mais jovens uma ligeira mudança de comportamento. "A nova geração está mais atenta."

CUIDADOS DIÁRIOS

Parece novidade, mas não é apenas quando você vai à praia ou ao clube que é preciso passar o protetor solar no corpo. Osvânia sugere que a proteção seja feita pela manhã, na hora do almoço e no final da tarde: "Todas as áreas do corpo expostas ao sol devem ser devidamente protegidas, e os homens não devem se esquecer das orelhas, pois o cabelo não as protegem como no caso das mulheres".

Quem mora em cidades litorâneas deve ter cuidado redobrado. "Devido à latitude e longitude, os raios solares incidem de forma mais potente, acarretando o surgimento dos vários tipos de câncer na pele", alerta Maris.
Hugh Jackman:

COMO IDENTIFICAR?

Jackman acabou diagnosticado após o alerta da esposa, mas você não deve se espelhar no ator, pelo menos não nisso. Seja mais rápido.

"Devemos sempre ficar atento às lesões, como pintas e manchas, que já existiam no corpo e também em novas que surgem", sugere Juliana Tepedino, membro da Academia Brasileira de Dermatologia.

A dermatologista indica a "regra ABCD" para você seguir. Veja como ela é abaixo:

Assimetria e Bordas: fique atento aos limites das pintas e manchas que se tornam irregulares, mal definidos em relação à pele.
Cor: que se altera, de marrom para negro, por variação de tonalidade ou surgimento de áreas negras, brancas, azuis e vermelhas.
Diâmetro: igual ou maior que 0,6 cm ou aumento de tamanho em diâmetro, extensão ou volume.

"A regra serve para detectar sinais suspeitos que devem ser imediatamente avaliados por um dermatologista. Ele fará o exame clínico e posteriormente uma biópsia da lesão", afirma Tepedino.

PELE MELANOMA x PELE NÃO MELANOMA

"O câncer de pele melanoma possui origem nas células produtoras de melanina (pigmento que determina a cor da pele) e os não melanoma, que representam aproximadamente 96% dos casos e seus tipos mais comuns são carcinomas basocelulares (CBC) e os carcinomas espinocelulares (CEC)", explica Juliana.

"O CBC se origina a partir das células basais da pele, do infundíbulo folicular da epiderme e dos apêndices cutâneos, como os pelos, por exemplo, já o CEC se desenvolve a partir de células-tronco de regiões foliculares e interfoliculares da derme. Apesar do câncer de pele não melanoma apresentar maiores taxas de incidência (a previsão do Instituto Nacional de Câncer é de 182 mil novos casos para 2014 e 2015), o índice de cura da doença é alto se detectada precocemente", completa.

QUEM SOFRE MAIS?

Pessoas de pele mais clara têm uma maior probabilidade de ter a doença pois "por possuírem menor quantidade de melanina, pigmento que dá cor à pele e fornece uma defesa contra os efeitos nocivos dos efeitos solares", afirma Juliana.

Carla acrescenta que histórico familiar aumenta os riscos e que o câncer é mais comum após os 40 anos. As duas especialistas ressaltam que pessoas de pele, cabelos e olhos mais escuros devem tomar os mesmo cuidados.

AVALIAÇÃO

Mesmo que não existam sintomas, especialistas indicam que você faça um "check up" da pele anualmente. "Nenhum autoexame substitui a avaliação do dermatologista. Exames modernos como a dermastocopia são capazes de detectar lesões cancerígenas no estágio inicial", conta Juliana. "Leve muito a sério quaisquer mudanças em uma pinta ou qualquer formação inesperada", complementa Carla.

A cirurgia costuma ser o tratamento mais indicado, embora alguns casos de carcinoma basocelular possam ser tratados com pomadas. Dependendo do estágio do câncer, radioterapia e quimioterapia são necessárias, e em situações mais extremas, quando há metástase, o melonama é incurável na maioria das vezes – neste cenário, o objetivo do tratamento é aliviar os sintomas.

Fonte: IG

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