Cruzeiro vence o Grêmio e está na final da libertadores

Foto: Itamar Aguiar/Vipcomm/DivulgaçãoFoto: Itamar Aguiar/Vipcomm/Divulgação

Diante de mais de 40 mil torcedores tricolores no Estádio Olímpico, em Porto Alegre, o Cruzeiro não se intimidou na noite desta quinta-feira, segurou um empate com o Grêmio pelo placar de 2 a 2 e garantiu presença na final da Libertadores da América 12 anos depois de seu último título na competição continental. Com a igualdade em Porto Alegre, após ter vencido por 3 a 1 na última semana, no Mineirão, a equipe celeste vai duelar na decisão contra os argentinos do Estudiantes, com a vantagem de fazer a última partida diante de seus fãs, em Belo Horizonte.

Dono da melhor campanha do torneio, somadas as fases de grupos e mata-matas, o Cruzeiro manteve em Porto Alegre a tranquilidade que marcou sua trajetória na Libertadores e não sucumbiu à pressão gremista. Agora com nove vitórias, dois empates e uma derrota, o time mineiro confirma o retrospecto arrasador nos jogos eliminatórios. Contra Universidad de Chile, São Paulo e Grêmio, a equipe de Adílson Batista só não levou os três pontos nesta quinta, tendo acumulado vitórias em todos os outros jogos da etapa final.

Dessa forma, sem correr riscos, o Cruzeiro alcança sua quarta decisão na história da Libertadores, em que buscará o seu terceiro título para tentar igualar o recorde nacional que pertence ao São Paulo. A última vez em que chegou à final e levantou o troféu ocorreu em 1997, quando derrotou o Sporting Cristal (Peru) pela contagem mínima e deu início à festa azul em Minas Gerais.

Um dia depois de ver o maior rival amargar o vice-campeonato da Copa do Brasil também em Porto Alegre, contra o Corinthians, o Grêmio repetiu a história ocorrida com o Internacional e iniciou o duelo pressionando o adversário, disposto a tirar os dois gols de desvantagem. E assim como os colorados, tiveram o domínio no começo e chances com Herrera, Maxi López e Fábio Santos, mas caíram nos contra-ataques e na eficiência de Wellington Paulista.

Aos 34min, em uma das raras descidas, o camisa nove se colocou bem na área para aproveitar grande jogada individual de Kléber pelo lado direito e só teve o trabalho de empurrar para as redes e calar o canto do torcedor gremista nas arquibancadas. O duro golpe e o sofrimento tricolor foi ampliado apenas dois minutos depois, quando Jonathan levantou na área e encontrou Wellington Paulista livre na área, para tocar de cabeça, vencer Victor pela segunda vez na noite e anotar seu quinto gol na competição.

Já na etapa final, assim como também ocorreu um dia antes no Beira-Rio, os mandantes contaram com a força da torcida e evitaram a derrota, mas não salvaram a eliminação. Com 9min após o reinício, Tcheco bateu escanteio que foi parar na cabeça de Réver. O zagueiro subiu sozinho no meio da área celeste e testou para as redes. No entanto, cinco minutos depois, a esperança gremista foi diminuída quando Adilson parou Wagner com falta e foi expulso de campo. Mesmo com um jogador a menos, o time gaúcho empatou o duelo aos 29min, em belo chute acertado por Souza, de fora da área.

FICHA TÉCNICA

Grêmio 2 x 2 Cruzeiro

Gols
Grêmio: Réver, aos 9min, e Souza, aos 29min do 2º tempo
Cruzeiro: Wellington Paulista, aos 34min e aos 36min do 1º tempo

Polêmicas fora de campo
– Uma semana depois da polêmica envolvendo Elicarlos e Maxi López, a partida em Porto Alegre trazia o clima quente das confusões do duelo de ida, no Mineirão. Na ocasião, o argentino do Grêmio foi acusado de ter ofendido o cruzeirense com insultos raciais durante a partida. Depois do apito final, em grande tumulto na saída, o ônibus tricolor foi parado por autoridades e só pôde sair após o atacante prestar depoimento. Já durante a semana, as diretorias das duas equipes trocaram ameaças e colocaram em risco o ambiente do jogo ;

– Já com a partida rolando no gramado do Olímpico, muitos torcedores ainda não tinham entrado no estádio. Em sua maioria gremistas, os fãs foram impedidos pelo policiamento de chegar às arquibancadas mesmo possuindo ingressos, com o argumento de não ter mais espaços. Na tentativa de conter a massa tricolor, o batalhão de choque contou com a ajuda dos cavalos para segurar a multidão e um princípio de confusão se iniciou, antes de ser liberada a entrada de um a um

Polêmicas de arbitragem
– Com 28min de partida e o placar ainda em branco, Willian Thiego levantou a bola para a área e viu Herrera ser seguro por Leonardo Silva dentro da área. Caído, o argentino pediu a marcação de um pênalti, mas foi ignorado pela arbitragem;

– Em desvantagem de dois gols no fim da primeira etapa, Souza demonstra o nervosismo do Grêmio em campo e discute com Thiago Heleno, terminando ao dar um tapa no rosto do rival cruzeirense

Destaque negativo do jogo
– A exemplo do clima que antecedeu o duelo e as supostas ofensas de Maxi López no Mineirão, parte da torcida do Grêmio passou a se manifestar contra o cruzeirense Elicarlos, no segundo tempo. Acionado aos 20min da etapa final na vaga de Gerson Magrão, o volante foi chamado de "macaco" por alguns tricolores que estavam nas arquibancadas

Ponto Forte do Grêmio
– Iniciativa nos primeiros minutos de partida. Empurrados pela fanática torcida que não parou de cantar nas arquibancadas, os gremistas partiram para cima e criaram as primeiras chances para abrir o placar;

– Bolas altas na área do Cruzeiro, que se tornaram a principal arma dos mandantes tanto no início, como na etapa final, assim como ocorreu no gol de Réver;

– Reação na etapa final, quando conseguiu dois gols, evitou a derrota e chegou a dar esperanças ao torcedor

Ponto Forte do Cruzeiro
– Tranquilidade para suportar a pressão nos primeiros minutos e se lançar nos contra-ataques em seguida para praticamente definir a classificação na primeira etapa;

– Eficiência ofensiva de Wellington Paulista, que foi acionado poucas vezes na partida, mas marcou duas vezes e colocou o time na decisão;

– Toque de bola no meio-campo, contando com a cadência de Wagner, Ramires e Kléber, que soube segurar a bola no ataque e diminuir o ímpeto dos mandantes;

– Marcação sobre as principais armas do rival, os meias Souza e Tcheco e a dupla de ataque argentina Herrera e Maxi López

Ponto Fraco do Grêmio
– Falhas de posicionamento da defesa no primeiro tempo, em lances que terminaram em gols de Wellington Paulista;

– Dificuldade do setor defensivo para segurar Kléber sem cometer faltas

Ponto Fraco do Cruzeiro
– Desatenção defensiva nos últimos 45 minutos, quando diminuiu o ritmo e permitiu o crescimento do Grêmio

Personagem do jogo
Kléber, do Cruzeiro

Esquema Tático do Grêmio
4-4-2
Victor; William Thiego, Léo, Rever e Fábio Santos; Adilson, Túlio, Tcheco e Souza; Herrera (Perea) e Máxi López; técnico: Paulo Autuori

Esquema Tático do Cruzeiro
4-4-2
Fábio; Jonathan, Leonardo Silva (Ânderson), Thiago Heleno e Gerson Magrão (Elicarlos); Fabinho, Marquinhos Paraná, Ramires e Wagner; Wellington Paulista (Thiago Ribeiro) e Kléber; técnico: Adílson Batista

Cartões Amarelos
Grêmio: Tcheco, Thiego, Adilson e Máxi López
Cruzeiro: Ramires e Kléber

Cartões Vermelhos
Grêmio: Adilson

Árbitro
Óscar Ruiz (Colômbia)

Público
44.920 pagantes

Renda
R$ 966.652,00

Local
Estádio Olímpico, em Porto Alegre (RS)

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