Testemunha é executada horas após transferência de ‘Gil Bolinha’ e ‘Aranha’

Alagoas24horasRua do Campo, no Bom Parto, local de vários crimes

Rua do Campo, no Bom Parto, local de vários crimes

O duplo homicídio registrado na noite desta segunda-feira, dia 5, em um bar localizado na Rua do Campo, no bairro do Bom Parto, pode ter ligação direta com a transferência dos traficantes Moisés Santos da Costa Junior, o Gil Bolinha, e Ivanildo Nascimento Silva, o ‘Aranha’, para o Presídio Federal de Catanduvas (PR), ocorrida nas primeiras horas da manhã de ontem.

Cerca de 12 horas após a transferência, a testemunha da prisão de Gil Bolinha, o dono do bar onde ele foi detido, em junho deste ano, Edson da Silva Gonçalves, foi executado com vários tiros de pistola 9mm por quatro homens em duas motocicletas. Durante o atentado, um jovem identificado como Wellington também foi morto.

Em junho, Gil Bolinha e Patrick Luis de Araújo foram presos por uma guarnição da Polícia Militar no Bar do Edson, com 350 gramas de crack, duas balanças de precisão, um celular e R$ 27 em espécie. À época, Edson da Silva Gonçalves chegou a ser detido, mas foi arrolado apenas como testemunha. O caso mais tarde ganharia repercussão com a liberação do acusado supostamente mediante pagamento de propina ao delegado Eulálio Rodrigues. Figuram como réus o delegado, o escrivão José Carlos Minin e o advogado-pastor Saulo Oliveira.

De acordo com policiais ouvidos pela reportagem do Alagoas24horas, a morte de Edson da Silva teria sido orquestrada por comparsas de Gil Bolinha, em represália a sua transferência. Os acusados teriam sido identificados como Jaulin – ou Jau -, Baiano e Valtinho (acusados em várias crimes) e que seriam intimamente ligados a Gil Bolinha e Aranha, inclusive ocupando posições importantes na hierarquia do tráfico na região do Bom Parto e adjacências.

Os acusados no duplo homicídio ainda teriam envolvimento em crimes de grande repercussão, como a morte do irmãos Assunção, quando foram mortos Marcelo, Márcio, Magno José e Marcelino Ângelo Assunção Batista. O crime aconteceu em novembro de 2008, na localidade conhecida como Beco do Sargento, também no Bom Parto.

Outro crime que pesaria contra os acusados, seria o assassinato de dois irmãos no bairro do Canaã. Em agosto deste ano, mais um crime atribuído a Jau foi registrado, a morte do líder comunitário Carlos Alves de Lima, de 48 anos, foi executado dentro da sua residência, localizada na Rua do Campo, no bairro do Bom Parto. Em todos os crimes, a mesma motivação, o tráfico de drogas. No caso do líder comunitário, ele estaria contrariando os interesses dos traficantes da área.

O duplo homicídio será investigado pelo delegado Robervaldo Davino, titular do 4º Distrito Policial, contudo, policiais da Delegacia de Homicídios e da Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic) também estão no caso.

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