No segundo turno, contra as equipes que estão na zona do rebaixamento, o Palmeiras não obteve nenhuma vitória. Foram derrotas para Náutico (3 a 0), Santo André (0 a 2), Fluminense (1 a 0) e o empate contra o Sport, por 2 a 2, nesta quarta-feira. Revoltado com o comportamento da equipe, o goleiro Marcos criticou o deslumbramento de certos atletas por atuarem pelo Palmeiras.
"Quando é contratado para jogar no Palmeiras, o cara acha que vai ganhar 40, 50 mil por mês, que a torcida vai só apoiar, vai sair na rua e pegar as menininhas, mas não sabe que o time vai ter cobrança para ganhar? Se tem capacidade para ganhar um filho, tem capacidade para suportar pressão. Ganha bem para isso. Eu fico muito aborrecido, porque os outros têm 20 anos e podem ser campeões brasileiros em outros lugares. Se não der certo no Palmeiras, vão para o Corinthians, para o Sport, para o Náutico", desabafou.
"Para eu que tenho 36 anos é diferente, a gente vê o título desse ano ficar distante de novo. Acho que é uma das maiores decepções que eu vou ter na minha carreira futebolítsica", lamentou.
Símbolo da equipe, o jogador afirmou que está se cansando de toda vez ter que dar respostas para os torcedores em nome da equipe.
"Sou capitão, procuro me manter calmo. Tenho de ficar prometendo para a torcida que vamos melhorar, daí saio na rua e os caras vêm me cobrar. Estou me cansando, esgotando disso. Quando comecei a jogar, tinha jogador como o Júnior Baiano, e os caras não aliviavam para mim, não. Tento fazer várias coisas para os caras. Mas não é com todo mundo que a gente consegue. Futebol é assim, vamos ver com a diretoria e comissão técnica o que podemos fazer para melhorar", afirmou.
Sobre as críticas aos mais jovens, o técnico Muricy Ramalho saiu em defesa dos pupilos. Para o treinador, o problema é que eles vêm sentindo a responsabilidade.
"Eu não vejo assim, com essa falta de comprometimento. Antigamente eles eram coadjuvantes, enquanto hoje eles têm que decidir. O Souza e o Maurício jogaram bem, mas é muita responsabilidade para eles. Sentem mesmo, o Maurício nem concentrava quando eu cheguei aqui", lembrou.
