Aldo reage a Chinaglia e diz que adversário não vai ganhar por WO

O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), deixou de lado o tom ameno que caracterizava a sua candidatura à reeleição e criticou nesta quarta-feira a postura de aliados do candidato Arlindo Chinaglia (PT-SP), que pressionam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a tirar o comunista da disputa à presidência da Câmara.

"Eu creio que meus adversários querem ganhar por WO, querem dar a volta olímpica sem jogo. Eu creio que isso não vai acontecer, a eleição será disputada no plenário", enfatizou.

Aldo ressaltou que o presidente Lula o conhece bem e certamente não irá atender ao apelo dos aliados de Chinaglia. "Soube que pretendem levar para o presidente Lula uma proposta para que eu desista. O presidente Lula me conhece e não aceitará qualquer tipo de proposta que tire da eleição da Câmara o caráter democrático que a disputa deve ter", afirmou.

A pressão do grupo pró-Chinaglia para que Aldo desista aumentou ontem, depois que o PMDB decidiu apoiar a candidatura do petista –que usam como argumento o fato de Chinaglia reunir agora o apoio dos dois maiores partidos da Câmara e da base aliada.

A Folha Online apurou que ontem, após a decisão do PMDB, Chinaglia se reuniu com os deputados Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) e Eliseu Padilha (PMDB-RS) para articular um encontro do grupo pró-Chinaglia com Lula –no qual pediriam para que o presidente intervenha para Aldo desistir da disputa.

Aldo, por sua vez, não aceita a tese de que Chinaglia tem a maioria do PMDB. Segundo ele, a decisão do PMDB foi apenas "um arremesso de mão". "Respeito a decisão do PMDB, mas quero dizer aos meus adversários que o jogo está no seu início. Isso não foi nem o primeiro gol da partida, foi o início da partida", afirmou.

A avaliação de interlocutores de Aldo é que Chinaglia tem apenas 46 votos no PMDB, enquanto a bancada do partido reúne 90 deputados. Na reunião dos peemedebistas, Aldo recebeu apenas 11 votos, mas aliados do presidente da Câmara garantem que ele ganhará votos da parcela do PMDB que não compareceu à votação, o que soma os outros 33 deputados.

Como seis dos 46 votos recebidos por Chinaglia foram enviados por escrito para a reunião, interlocutores de Aldo avaliam que o petista recebeu o máximo de apoio que tinha no partido –os demais teriam optado por não enviar votos uma vez que estão apoiando o atual presidente da Casa.

A campanha de Aldo também recebeu informações de que algumas bancadas do PMDB que apóiam o comunista só foram avisadas da reunião do partido um dia antes, na tentativa de evitar uma possível vitória do atual presidente da Câmara.

Folha Online

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