Um em cada sete deputados é processado ou investigado por crime

Agência CâmaraOlavo Calheiros

Olavo Calheiros

Ao menos um em cada sete deputados federais eleitos que tomam posse em 1º de fevereiro responde a um ou mais processos ou investigações criminais em andamento nos sete tribunais da Justiça Federal do país.

Levantamento realizado nesses sete tribunais mostra que, dos 513 parlamentares da nova legislatura da Câmara, 74 (quase 15%) têm pendências jurídicas criminais, que vão desde infrações contra a administração pública, como corrupção e desvio de verbas, até delitos como lesão corporal, tentativa de homicídio e cárcere privado. No total, os parlamentares respondem a 133 processos.

Alagoanos investigados:

O presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo (PCdoB-SP) é réu no inquérito 2297 em que é acusado de praticar crime de imprensa, injúria e difamação. Rebelo foi reeleito com 169.621 votos por São Paulo.

O autor da ação contra Aldo Rebelo é o escritor de livros infantis Yves Hublet, o mesmo que em 2005 deu golpes de bengala no ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu (PT).

De acordo com a advogada de Hublet, Elenice Pereira Carille, Rebelo concedeu duas entrevistas a dois jornais nas quais teria dito que Yves Hublet é uma pessoa de passado duvidoso.

No blog de Hublet, o escritor diz que Aldo Rebelo o chamou de "criminoso" após as bengaladas em Dirceu.

Deputado apresentou defesa

A assessoria de Aldo Rebelo informou que o deputado considera o processo como "parte da democracia". No entanto, não confirmou que Aldo Rebelo teria chamado Hublet de "criminoso". Disse apenas que o deputado teria dito algo que pode ter ofendido o escritor. Por meio da assessoria, Aldo Rebelo informou que não teria nada mais a comentar sobre o caso.

Questionado durante o debate entre os candidatos à presidência da Câmara, Aldo Rebelo disse: "Está no Supremo. Pergunta lá."

O deputado já apresentou defesa no caso, e a procuradoria-geral da República deu parecer pela rejeição da queixa-crime. No entanto, ainda falta a votação dos ministros do STF.

Olavo Calheiros

O deputado Olavo Calheiros Filho (PMDB-AL), é investigado por crime ambiental no inquérito 2426, que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).

O caso foi denunciado ao Ministério Público por Dimário Cavalcante Calheiros, primo do deputado. Olavo Calheiros teria desmatado cerca de 2.000 alqueires remanescentes de mata atlântica na Estação Ecológica de Murici, em Alagoas.

O fazendeiro Antônio Gomes de Vasconcelos, também primo do deputado, chegou a enviar ofício à ministra Marina Silva (Meio Ambiente) relatando os crimes ambientais atribuídos a Olavo Calheiros.

Calheiros nega
O deputado nega as acusações. “Não é nada disso. É uma interpretação errada. A área é de um hectare (o equivalente a 10 mil metros quadrados). É uma loucura de uma procuradora maluca”, disse. Segundo ele, o caso está no Ibama para verificação de eventual crime ambiental.

Perguntado se a área em questão ficava mesmo dentro da Estação Ecológica de Murici e se ele respondia a outros processos, o deputado foi lacônico.

“A informação que tenho para dar é esta: não sei, não existe, boa noite”, disse, antes de desligar o telefone.

Olavo Calheiros Filho é agrônomo e vai assumir o quinto mandato consecutivo como deputado federal. Antes, já havia exercido cargos públicos em secretarias de estado em diversos governos alagoanos.

Fonte: G1

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