Mesmo com toda a operação montada pela Associação dos Municípios Alagoanos (AMA) para garantir socorro aos municípios do sertão e semi-árido, as cidades vão ficar sem água potável por causa da suspensão da Operação Pipa. A maioria dos municípios, que vinha bancando a conta do abastecimento na cidade, só conseguiu ajuda por um mês.
Mais uma vez os municípios foram surpreendidos porque a Defesa Civil Estadual não solicitou o pedido de prorrogação dos decretos vigentes. A decisão de suspender a operação se baseou nos dados pluviométricos que indicam alto nível de incidência de chuvas na região, o que, para o Ministério, descaracteriza o fenômeno seca.
O anúncio pegou os prefeitos de surpresa porque mesmo com barreiros cheios, a água não está própria para o consumo humano, o que levou a AMA a pedir ajuda do governo estadual, através da Sedec, Casal e IMA, para confirmar os dados. Uma semana depois a comissão estadual, que é o órgão oficial e competente por todas as ações de combate e prevenção a seca, não enviou relatórios a Brasília e para voltar a receber ajuda, os municípios vão ter que começar do zero.
Em um documento enviado ao presidente Jarbas Omena Filho, o coronel Jadir Ferreira Cunha quer que a entidade, agora, diga quais são os municípios que precisam ter a água de mananciais analisadas pelo IMA e uma relação por município de todos os povoados, sítios e assentamentos que possuem e não possuem água encanada.A Sedec também quer que a associação, que não é um órgão do governo, solicite a Casal um documento oficial que informe os dias de abastecimento de cada cidade.
Para o presidente Jarbas Omena, a AMA não tem como ter agilidade maior do que a própria coordenação que conhece bem a realidade desses municípios e acompanha o problema da seca há anos. “Até a nossa estrutura técnica é insuficiente para produzir tantas informações em tão pouco tempo”, disse.
"O que a AMA pôde fazer para ajudar, fez. Disponibilizou carro para auxiliar na vistoria desses municípios e fez todo o levantamento fotográfico dos municípios. Com a suspensão da Operação Pipa os municípios vão ficar reféns do pagamento de carros-pipa para não deixar a população sem água, recursos que vão fazer falta em outros programas", concluiu.
Fonte: AMA
