Promotor é acusado de agredir criança em Boca da Mata

Uma brincadeira entre crianças, com bolinhas de papel, teria sido o motivo para que o promotor de Justiça Sóstenes Araújo Gaia, da comarca de Atalaia, agredisse uma criança de dez anos, em Boca da Mata.

As informações são da mãe da criança, C.T.L., que denunciou o caso hoje à Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Alagoas.

De acordo com a mãe da criança, o filho dela e a filha do promotor estavam na Escola Cenecista Doutor João Evangelista Tenório, em Boca da Mata. Ela contou que, no dia 24 de maio, algumas crianças brincavam com bolinhas de papel dentro da sala de aula, e uma das bolinhas, que não havia sido jogada pelo filho dela, atingiu a filha do promotor.

Denúncia

A denúncia foi entregue, na manhã de hoje, ao coordenador da Comissão de Direitos Humanos, Gilberto Irineu e encaminhada ao presidente da OAB/AL, Omar Coêlho de Mello.

Ainda de acordo com a mãe da criança, após uma semana – no dia 1º de junho -, o promotor foi ao colégio, juntamente com sua filha, e pediu para que ela mostrasse o menino que havia jogado a bolinha de papel.

A menina apontou para seu filho. “Depois que a menina apontou para o meu filho, que estava em frente à sala de aula, o promotor rodopiou meu filho, segurando-o pela camisa”, disse. “Em seguida, ele [o promotor] arrastou meu filho pelo corredor e escadarias da escola, levando-o até à diretoria”.

Uma das coisas que irritou a mãe do garoto foi o fato de o diretor da escola, identificado apenas como Valter, não ter informado à família sobre a agressão.

Depois de ouvir a denúncia, Omar Coêlho comunicou, por ofício, o fato ao procurador-geral de Justiça, Coaracy José Oliveira da Fonseca. “Espero, no mínimo, a suspensão imediata desse promotor que macula a imagem do Ministério Público de Alagoas”, destacou Omar.

Defesa

O promotor de Justiça, Sóstenes Araújo, contou que nunca chegou a agredir a criança. Ele diz que, a filha dele, também de dez anos, teve um hematoma no rosto por conta da brincadeira do menino, foi agredida no dia seguinte e ainda uma terceira agressão.

Por isso, ele foi ao colégio e, quando encontrou com o menino, levou-o a diretoria para pedir a punição dele. "Peguei ele pelo braço e levei-o na coordenação. Depois disso, foi resolvido que ele iria ficar suspenso, mas acho que a mãe não gostou muito", disse, referindo-se a mãe do menino supostamente agredido.

"Eu ía tirar minhas filhas do colégio, mas agora vou esperar até o meio do ano, para que elas não sejam prejudicadas", continuou o promotor.

Sóstenes Araújo ainda falou que está elaborando um requerimento para enviá-lo a Corregedoria Geral de Justiça, que deverá apurar os fatos. "Também estou dando entrada a uma ação criminal para o presidente do Conselho de Boca da Mata apurar os fatos e até me representar na Corregedoria".

Com informações da assessoria

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