Mudança de fuso desregula funcionamento do corpo

Prospecção de negócios, prestação de contas à matriz, instituição de parcerias. Em viagens internacionais, o profissional costuma enfrentar desafios. Mas os problemas aumentam quando, em vez de estar de prontidão, o viajante em questão só pensa em dormir.

O jet lag -mal-estar que provém de viagens de avião e da mudança de fuso horário- pode incluir desde sonolência até problemas gastrintestinais.

A dificuldade começa no avião: há pouco espaço para movimentação, a pressão na cabine é menor do que em terra e é mais difícil pegar no sono.

Já em terra, o profissional enfrenta a mudança no horário e a conseqüente desregulação dos "relógios" que regram o funcionamento do corpo. Quanto maior for a diferença em relação à hora de casa, mais intensos serão os problemas.

"A mudança rápida de fuso estraga o ritmo biológico", explica Geraldo Lorenzi Filho, diretor do laboratório do sono da disciplina de pneumologia do InCor (Instituto do Coração).

Os sintomas da desregulação podem incluir má digestão, flatulência, enjôo e falta de apetite. Outros sinais são insônia, sonolência, dificuldade de concentração e irritabilidade.

Viajar para o Leste no globo -do Brasil à Europa, por exemplo- tende a trazer maiores dificuldade de adaptação.

"Onde é mais tarde, a pessoa sempre "corre atrás" de colocar o sono em dia", ilustra Christina M. Funatsu Coelho, do ambulatório de distúrbios do sono da Santa Casa de São Paulo.

Com fuso

A adaptação é possível, porém leva tempo. Segundo Dalva Poyares, médica do Instituto do Sono da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), para cada dois fusos horários percorridos, uma pessoa saudável precisa de um dia de adaptação.

Rubens Weg, 42, diretor comercial da Bayer Schering Pharma, sofreu com jet lag enquanto morava na Alemanha e fazia viagens freqüentes à Ásia e à América do Norte.

Sua sensibilidade auditiva crescia e ele sofria com os picos de sonolência. "O famoso "pescar" durante reuniões", brinca.

Weg aprendeu, na prática, a driblar os sintomas. "Procuro tomar um banho no aeroporto ou no hotel antes de seguir às reuniões. É o que me acorda."

Outras atitudes podem diminuir os efeitos do mal-estar. Fazer refeição leve antes de embarcar, para não comprometer a digestão, é um exemplo.

Durante o vôo, como a umidade é baixa, diz Lorenzi, é preciso ingerir líquidos sem álcool.

Se necessário, um médico pode receitar remédio indutor de sono, desde que seu uso não seja abusivo.

Fonte: Folha

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