três deputados e ex-secretária serão ouvidos pelo Conselho de Ética da Câmara

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar ouvirá amanhã, às 14h30, no plenário 7, o depoimento de Fernanda Karina Somaggio, ex-secretária do publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza. Ele foi acusado pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) de ser o mensageiro do "mensalão" pago a deputados do PL e do PP em troca de apoio parlamentar ao governo.
Na quarta-feira, 29, às 14h30, no plenário 1, será a vez do deputado Pedro Henry (PP-MT).
Na quinta-feira, 30, dois deputados serão ouvidos. Às 10 horas, o conselho recebe o líder do PTB na Câmara, deputado José Múcio Monteiro (PE). Às 14h30, o líder do PP, deputado José Janene (PR). Os plenários, nesses dois casos, ainda não foram confirmados. Os deputados são acusados por Roberto Jefferson de serem cúmplices no esquema do "mensalão".

Quem já foi ouvido
No processo por quebra de decoro parlamentar contra Roberto Jefferson, aberto a pedido do PL, o Conselho de Ética já ouviu quatro pessoas citadas pelo deputado do PTB, além dele próprio. O deputado Miro Teixeira (PT-RJ) confirmou a versão de Jefferson de que os dois conversaram sobre o suposto pagamento de mesadas a parlamentares. Já o deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) relatou conversa em que a deputada licenciada Raquel Teixeira (PSDB-GO) revelou ter recebido proposta em dinheiro do líder do PL, Sandro Mabel, para trocar de partido. No dia seguinte, a própria Raquel confirmou o fato ao conselho. Sandro Mabel, contudo, negou essa versão e disse que a proposta para que a deputada trocasse de partido não incluiu oferta financeira.
O presidente do conselho, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), não descarta a possibilidade de realizar acareações entre as testemunhas.

Opiniões divergem
Para a deputada Angela Guadagnin (PT-SP), integrante do conselho, os depoimentos tomados até agora não confirmam as denúncias de Roberto Jefferson. "Nenhum dos deputados que prestaram depoimento confirmou a existência do ‘mensalão’, todos disseram que apenas ouviram falar do assunto".
Já o deputado Moroni Torgan (PFL-CE), que também participa do conselho, afirma que as testemunhas foram convincentes, mas deixaram pontos a serem esclarecidos. "Todos deixaram algum tipo de lacuna a ser respondida, como o motivo pelo qual não depuseram antes", disse. "Esses fatos devem ser explicados antes que possamos formar uma convicção."
Para Torgan, as provas testemunhais não serão suficientes para concluir se Roberto Jefferson falou ou não a verdade. Ele espera que as comissões parlamentares de inquérito que investigam as denúncias ajudem o Conselho de Ética. "Esperamos que as CPIs nos ajudem na colheita de provas documentais, já que o conselho não tem o poder de quebrar sigilos. Essas provas é que darão aos deputados uma visão mais segura de onde está a verdade."

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