Delegada finaliza inquérito da morte das crianças do Benedito Bentes

O caso das três crianças que sumiram no dia 11 de julho de 2003, no Benedito Bentes e apareceram mortas há dois meses, chegou ao fim, ao menos é o que informa a delegada Ana Luiza Nogueira.

Ela concluiu que o principal suspeito, Antônio Jorge Gomes, 39, foi realmente o responsável pela morte de Alexandro Santos, 02, Alexandra Santos, 03, e Clara dos Anjos Santos, também menor de idade.

A primeira versão sobre o caso dava conta de que as crianças haviam se perdido da mãe, dentro de uma mata, próxima à Fazenda do Rio do Ovo, de propriedade do indiciado.

A versão havia sido divulgada após os primeiros depoimentos, em agosto do ano passado, quando a mãe das crianças, Maria Aparecida dos Anjos da Silva, estava interna no Hospital Portugal Ramalho, em estado de choque.

Nova versão

No entanto, quando as ossadas foram encontradas, em abril deste ano, a morte natural foi descartada. A delegada Ana Luiza Nogueira explica que pela posição dos corpos e, pelos elementos analisados pelo Instituto de Criminalística da Polícia Civil de Alagoas, as crianças foram na verdade assassinadas.

A partir deste momento, as testemunhas, conforme a delegada, perderam o medo do patrão, Antônio Gomes e o denunciaram. O pai das crianças, Mário Ferreira dos Santos, reforçou as acusações, juntamente com sua esposa, descrevendo Antônio Gomes como um homem violento e que já havia, inclusive, abusado sexualmente, de Maria Aparecida.

Surge então uma nova versão: Antônio Gomes teria dito que Mário Ferreira havia sido assassinado e que o corpo dele estava na mata. O fazendeiro induziu a mulher entrar no mato com as crianças, aproveitou que Maria Aparecida se perdeu das crianças e matou-as.

Os ossos dos garotos só foram encontrados há dois meses pelo caçador Rosinaldo da Silva, 40, que mora em uma fazenda próxima ao local. Duas ossadas foram confirmadas como sendo das meninas Alexandra e Clara dos Anjos. As testemunhas e as provas fez com que a delegada Ana Luiza Nogueira indicia-se Antônio Gomes por tríplice homicídio qualificado. A preventiva dele foi decretada ontem, e o suspeito foi preso na manhã de hoje.

Defesa

A esposa do indiciado, Jacira da Silva Gomes diz que o marido é inocente, e acredita que as crianças tenham se perdido e morrido de forma natural, mesmo diante das colocações da Polícia Civil. Ela afirma ainda que não houve abuso sexual contra Maria Aparecida. “Meu marido é um homem honesto, que trabalha. Nunca cometeu nenhum crime”.

“A Polícia Civil deveria era investigar a vida do pai dessas crianças. Ele tinha cinco filhos, deu dois e estes três apareceram morto. Vivia abusando meu marido, que ainda o ajudava dando dinheiro e trabalho. Não entendo o porque dele não ter sido ouvido”, explica a mulher. A delegada Ana Luiza Nogueira afirma que não outra hipótese para o crime.

“As testemunhas contam a mesma história e ainda definem o elemento, como um sujeito extremamente violento. Ninguém quis aparecer antes porque tinha medo dele. Ele inclusive ameaçou o pai das crianças, disse que o matava caso ele levasse o caso a frente”, explicou a delegada.

Agressão

O acusado não quis falar com a imprensa e ainda agrediu dois repórteres presentes no local. “Não tenho nada a declarar. Não quero que tire fotos. Parem com isso”, reclamou o indiciado, xingando os repórteres com palavras de baixo-calão.

Antônio Gomes foi transferido para a Unidade Prisional Rubens Quintella, no sistema penitenciário alagoano. Lá, o principal suspeito deve aguardar decisão da Justiça.

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