Igualdade Racial

Alagoas24horasJéferson Santos: "A gente parte do princípio de que a população negra tem problema de baixa auto estima"

Jéferson Santos: "A gente parte do princípio de que a população negra tem problema de baixa auto estima"

Esta semana o Fórum Permanente de Educação oficializou a inclusão das disciplinas História do Negro e História da África, no currículo das redes públicas e privadas de ensino. Professor de História e defensor da igualdade racial, Jéferson Santos, 24 anos, é um dos principais nomes do movimento negro em Alagoas. “Negro com muito orgulho”, ele representa o Fórum de entidades negras de Alagoas e vive para mudar a história de preconceito que perpetua no nosso país.

O que muda com a implantação destas disciplinas ? nos currículos das redes públicas e privadas?

Na verdade não são disciplinas, mas conteúdos que serão introduzidos dentro das disciplinas de História. Agente parte do princípio de que a população negra tem problema de baixa auto estima e a implementação vai permitir a elevação da auto estima dessa população e o respeito por parte do restante da sociedade. O que ele traz é respeito às particularidades. Além do mais, essa baixa auto estima traz conseqüências graves no que diz respeito ao aproveitamento, ou desempenho dos alunos na sala de aula e na vida como um todo.

Professores de escolas públicas e privadas estão acompanhando essas mudanças?

A lei estabelece que os conteúdos sejam implantados tanto nas públicas, quanto nas privadas. É claro que a coisa acontece com mais facilidade nas escolas públicas por conta do Governo, embora ainda demore um certo tempo para acontecer. É para isso que existe o Fórum. Agora por exemplo estamos tentando buscar representantes de escolas privadas para integrar o Fórum.

Como Alagoas tem tratado seus Heróis e antepassados negros, do ponto de vista do destaque histórico desses ícones?

Apesar do Governo promover ações de fomento à cultura negra, as escolas não estão se esforçando muito para inserir esses valores culturais, na valorização do ícone negro. Pelo contrário, acabam até descaracterizando esses negros, construindo uma imagem negativa das figuras, o que é pior.

Você acredita na valorização de ícones da cultura afro-brasileira como forma eficaz de combater o preconceito racial?

Claro. Se o jovem negro tivesse uma legítima referência histórica, cultural, seria mais um incentivo a valorização da sociedade como um todo. Ele ia sentir que tem muita importância.

Em casos de denúncias de discriminação racial, qual a orientação para pais, alunos e a própria escola, no sentido do enfrentamento do problema?

As pessoas que sofrem discriminação devem procurar a delegacia mais próxima, com testemunhas, porque discriminação é crime e tem que ser denunciado.

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