Piranhas e o Cangaço

Alagoas24horas / ArquivoCrianças participam da Missa do Cangaço

Crianças participam da Missa do Cangaço

Histórias sobre a passagem de cangaceiros pelo território de Piranhas estão presentes no imaginário e nas tradições orais perpetuadas por antigos e novos moradores da região. Em Entremontes, povoado a poucos quilômetros do Centro Histórico da cidade, os mais velhos conseguem contar, com riqueza de detalhes, episódios sobre as invasões envolvendo Lampião e outros nomes do Cangaço, como os bandidos Corisco e Gato.

A febre do Cangaço tornou-se acontecimento histórico para região. Em 1938, Piranhas viveu a euforia de ter exibido pela primeira vez as 11 cabeças dos cangaceiros chacinados em Angico. A imagem das cabeças de Lampião, Maria Bonita e nove de seus homens, enfileiradas sob a escadaria do Palácio D.Pedro II, hoje sede da Prefeitura do município, ficou imortalizada em fotografias que correram o mundo.

O prefeito da cidade, Inácio Loiola, considera o mito um patrimônio mundial. Sua morte, segundo ele, representou a descaracterização do fenômeno social nordestino de maior importância na história da região. Entretanto, Loiola alerta para o fato da história oficial não ter dado a devida importância a outros personagens fundamentais no processo de desarticulação do Cangaço. É o caso do governador alagoano Osman Loureiro e do aspirante da polícia e delegado do povoado de Pedra – hoje município de Delmiro Gouveia – Francisco Ferreira de Melo.

“Em 1937, Getúlio Vargas reuniu os governadores interventores do Nordeste e foi enfático: ou se dá cabo de Lampião ou demito todos vocês”, recorda Inácio Loiola numa referência a pressão exercida naquele momento para exterminar Lampião.

Sobre os últimos momentos do Rei do Cangaço, o prefeito de Piranhas, um estudioso fascinado pelo tema, conta que foi de Francisco Ferreira de Melo o empenho para concluir a missão de encontrar e dar um fim a Lampião e seu bando.

Integrante das três volantes que emboscaram o cangaceiro e seu bando na fazenda Angico, Francisco Ferreira de Melo era delegado em Penedo, quando foi escolhido pelo interventor Osman Loureiro, para tornar-se delegado no lugarejo chamado Pedra – hoje região de Delmiro Gouveia – e de lá comandar as operações de busca e extermínio ao Rei do Cangaço.

Continua…

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