Em reunião neste sábado, o diretório nacional do PT aceitou o pedido de afastamento feito pelo ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares. O desligamento deverá durar até a conclusão das investigações pela Comissão de Ética.
Delúbio antecipou-se à reunião do diretório, que avalia os próximos passos do partido para sanar sua pior crise em 25 anos, e enviou no final da tarde, por carta, seu pedido de afastamento.
A proposta de suspensão teve 46 votos, vencendo a tese da expulsão sumária (sem direito à defesa na Comissão de Ética), que teve sete votos. Houve três abstenções, de acordo com a assessoria de imprensa do partido.
O ex-tesoureiro deveria prestar esclarecimentos neste domingo para a Comissão de Ética. No entanto, a saída de Danilo de Camargo da coordenação da comissão provocou o adiamento da oitiva.
Propostas
Duas propostas em relação ao ex-tesoureiro deveriam ser estudadas. Uma delas defendia o afastamento do ex-tesoureiro por 60 dias, período em que ele será ouvido pela Comissão de Ética do partido. A outra, que previa a expulsão, chegou a ser votada, mas foi rejeitada.
Durante a reunião, que começou no início da tarde e terminou na noite deste sábado, o PT também analisou resoluções sobre a conduta diante das medidas do governo.
Delúbio admitiu ter feito financiamento irregular de campanhas e é apontado pelo deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ) de participar de um esquema de compra de votos de parlamentares.
A crise do "mensalão" provocou o destronamento de quase metade da cúpula do PT e colocou sob suspeição uma dezena de parlamentares federais da legenda.