Biodiesel da mamona é alternativa energética

Em Alagoas, 13 municípios são considerados potenciais produtores de mamona
Em Alagoas, 13 municípios são considerados potenciais produtores de mamona

A região do semi-árido alagoano pode vir a se transformar em grande produtora de mamona, incentivando no Estado o uso do programa de biodiesel como alternativa energética. São 13 municípios – parte deles localizado no sertão – identificados por meio de um zoneamento agrícola e que foram considerados como potenciais produtores da planta. Além da mamona, o biodiesel também pode ser extraído do algodão, dendê, soja e babaçu.

Para incentivar a produção da mamona, o governo estadual iniciou este ano a distribuição de 18,5 toneladas de sementes para pequenos produtores que praticam a agricultura familiar. No caso de Alagoas, a mamona foi escolhida por ser uma planta que obtém um bom índice de produtividade na região do semi-árido.

De acordo com estimativas da Secretaria Executiva da Agricultura, as sementes distribuídas irão render 60 mil toneladas de mamona, que vão servir para as usinas de beneficiamento. Segundo o secretário Kleber Torres, algumas empresas já demonstraram interesse em se instalar na região do Sertão para integrar a cadeia produtiva do programa estadual, que está sendo montado em parceria com o Sebrae.

Os municípios identificados pelo zoneamento agrícola para a produção da mamona foram Água Branca, Mata Grande, Pariconha, Olho D´Água do Casado, Santana do Ipanema, Major Izidoro, localizados na região chamada de Xingo alagoano. Outros municípios como Senador Teotônio Vilela, Palmeira dos Índios, Girau do Ponciano, Mar Vermelho, Estrela de Alagoas e União dos Palmares também devem ser incluídos no programa.

Para montar o programa, o governo estadual resolveu firmar parceria com o Sebrae, que passa a integrar o elenco de instituições envolvidas no incentivo à produção da mamona junto com a Embrapa e a Ufal (Universidade Federal de Alagoas.

Além da mamona, o biodiesel – que também pode ser extraído do algodão, dendê, soja e babaçu, é um combustível que, quando estimulado por um catalisador, reage igual ao álcool e ao metanol. Estudos mostram que, com a adição de 2% ao diesel, o Brasil poderá ter uma economia na ordem de R4 160 milhões na importação de petróleo.

Além disso, o óleo extraído da mamona pode ser utilizado também na fabricação de fluidos de freio, lentes de contato, cabos óticos e próteses em geral, dentre outros.

“Não vai faltar mercado para a comercialização do biodiesel”, garante o secretário de Agricultura, um dos entusiastas do programa de incentivo local. Kleber Torres adianta que algumas empresas de já acenaram com a possibilidade de se instalar no Estado para fazer o beneficiamento da mamona.

Para a montagem do programa estadual, o governo pretende “amarrar” as parcerias com as instituições envolvidas, a fim de definir as ações a serem desenvolvidas no setor. “Temos que acelerar esse programa, mas trabalhando com segurança”, propõe o superintendente do Sebrae, Marcos Vieira. Segundo ele, o incentivo à cultura da mamona pode vir a ser incluída no Programa de Arranjos Produtivos Locais (APLs).

Seminário

No próximo dia 17, será realizado em Santana do Ipanema um novo seminário sobre a produção da mamona. O evento tem por objetivo fortalecer as ações nas áreas de assistência técnica, capacitação e apresentação de novas tecnologias.

Promovido por uma entidade privada que atua na área de planejamento rural, o seminário irá reunir dirigentes de órgãos públicos e de instituições financeiras, além de pequenos produtores da região do sem-árido para prestar informações sobre a situação atual da cultura da mamona no Estado e no Nordeste e divulgar suas potencialidades.

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