José Jorge: Palocci poderá ser convocado para depor

O senador José Jorge (PFL-PE) anunciou hoje que poderá convocar para depor na Comissão Parlamentar de Inquérito dos Bingos o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, para esclarecer denúncias de que ele – Palocci – teria recebido propina de R$ 50 mil mensais da empresa Leão& Leão, na época em que era prefeito de Ribeirão Preto (SP). Essa empresa era a responsável pela coleta de lixo na cidade.

– Vou aguardar que o ministro, nas próximas horas, dê explicações cabais sobre as graves denúncias feitas pelo seu ex-assessor na prefeitura de Ribeirão Preto, Rogério Tadeu Buratti. Se a defesa de Palocci não for convincente, apresentarei, já na próxima semana, requerimento convocando o ministro para depor na CPI dos Bingos – comunicou José Jorge.

O relator da CPI, senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), em entrevista à imprensa, também considerou graves as denúncias contra Palocci e disse que ele deve prestar rapidamente esclarecimentos sobre a questão. Mas deixou claro que Buratti fez as acusações, nesta sexta-feira (19), ao Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado de Ribeirão Preto, em troca do benefício da delação premiada – "um verdadeiro salve-se quem puder", em sua opinião.

O advogado Rogério Buratti foi preso na última quarta-feira (17) em Ribeirão Preto (SP), acusado de cometer crime de lavagem de dinheiro e tentativa de destruição de documentos. Buratti foi assessor parlamentar de José Dirceu na década de 80 e secretário de governo de Palocci quando este foi prefeito de Ribeirão Preto (1993-1997). Em 94, Buratti saiu do cargo após uma denúncia de favorecimento. Após sua saída da prefeitura, trabalhou cinco anos como consultor da empreiteira Leão&Leão.

Garibaldi anunciou ainda que irá apresentar requerimento convocando Buratti para depor novamente na CPI. Com relação ao ministro Palocci, o senador foi claro: ele deve falar logo sobre as denúncias. O relator mostrou-se temeroso de que a atual crise política se espalhe para o setor econômico, com o agravante de que "o país não poderá ter mais nenhuma pilastra para se sustentar".

Fonte: Agência Senado

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